Renovada para este biênio (2017- 2019), com a chegada de três novos membros, a Comissão Própria de Avaliação da Universidade Federal da Bahia (CPA-UFBA) já apontou que seguirá na direção do fortalecimento da “cultura de avaliação”, nos vários âmbitos da instituição. A sensibilização da comunidade acadêmica para os processos avaliativos necessários à UFBA está entre as primeiras ações da comissão, segundo sua presidente recém-eleita, a servidora Izabel Cristina Silva Xavier que chama atenção para a importância de “reformular o projeto de autoavaliação da Universidade e reestruturar os instrumentos de avaliação, pois até o momento a UFBA conta apenas com a avaliação institucional voltada para o diagnóstico das ações docentes e das disciplinas ministradas a cada semestre, a partir da ferramenta SIAV (Sistema de Avaliação).
A fim de cumprir o maior desafio para o período, que é ampliar o diálogo com toda a comunidade universitária para ampliar e fortalecer a cultura de avaliação, a CPA – que é composta por sete representantes de diversos segmentos da UFBA e recentemente recebeu como novos integrantes a servidora Izabel Silva Xavier, a professora Rejane Alves e o estudante Matheus Assis – “trabalha para que a Universidade pense sobre si mesma, a partir do fortalecimento das discussões sobre as atividades que realiza em cada um de seus segmentos”, destaca Izabel. Para tanto, ela informa que será preciso organizar ações de forma sistêmica e permanente, como palestras para sensibilização da comunidade acadêmica, reuniões, seminários, acompanhamento e ampliação da divulgação das ações empreendidas.
Numa universidade do porte da UFBA, “comunicar essas ações empreendidas pela CPA é fundamental para aproximar mais os membros da comunidade acadêmica das práticas avaliativas realizadas”, afirma a professora Rejane Alves, que também integra a Comissão. Em concordância, a presidente da CPA ressalta a importância de todos os atores institucionais participarem ativamente do processo de efetivação da autoavaliação. “Somente com a participação de todos, estaremos de fato fortalecendo democraticamente nossa autonomia universitária”, pontuou a presidente da CPA, que também é pedagoga.
Ela ressalta que quando estudantes, servidores técnicos e docentes compreenderem o papel da avaliação na Universidade, como ela contribui para a melhoria da instituição e como cada um, individualmente, está implicado na autoavaliação ela estará de fato cumprindo seu papel: identificar para que seja melhorado. Além da união de todas as instâncias em torno dos processos avaliativos, a professora Rejane alerta para que “as ações de avaliação não sejam vistas ou interpretadas como algo ruim ou de caráter punitivo”. A professora Claudia Andrade, que é especialista em avaliação e membro da CPA, acrescenta que o processo “apresenta benefícios, pois permite identificar fragilidades e ressaltar as potencialidades para o desenvolvimento e crescimento da instituição”. Ela também entende que a CPA tem papel fundamental para sugerir políticas de gestão que busquem promover a excelência na Universidade.
A avaliação institucional deve ser vista como um processo auxiliar com a função de detectar potencialidades, assim como, falhas e dificuldades; apoiar a busca de soluções para os problemas institucionais internos e sociais; subsidiar o estabelecimento de novas metas e prioridades e a tomada de decisões que promovam as transformações necessárias, destaca a representante da sociedade civil, Theresinha Miranda, que também é membro da Comissão. Por meio das atividades de avaliação, “todos os subsistemas que compõem a universidade estarão em sintonia, visando à realização das transformações que se voltam para uma melhor atuação em suas respectivas áreas”, assinalou a docente que atuou na Faculdade de Educação (FACED-UFBA).
Enquanto processo institucional, a autoavaliação é um instrumento de apoio, uma forma de investigação global para que a comunidade interna possa conhecer sua própria realidade, acrescentou a professora Theresinha. E a professora Rejane, que representa a administração central da UFBA na comissão, destacou que o processo deve ser pautado no diálogo com o coletivo, especialmente buscando compreender o modo como a avaliação tem sido realizada e como podemos contribuir para ampliar ações que visam a melhoria da qualidade da Universidade”. Dessa forma, a avaliação permeará todas as realidades ao mesmo tempo e então poderemos afirmar que temos uma ‘cultura de avaliação’”, salientou Izabel Xavier.
“Só um processo de autoavaliação bem conduzido será capaz de apontar aos sujeitos o que ainda necessita de aprimoramento e, assim, serão abertos espaços para que atuem de forma mais efetiva”, preconizou Izabel. A partir daí, “as características das múltiplas faces, envolvendo tanto as atividades administrativas, quanto as acadêmicas poderão ser reveladas e subsidiar a gestão universitária, contribuindo para a promoção da qualidade do desempenho da universidade, o que certamente também será visto pela sociedade em geral, acentuou a professora Theresinha Miranda.
Atualização de projetos
Em meio aos esforços para consolidar a cultura de avaliação, Izabel acredita que é preciso renovar o projeto de autoavaliação da Universidade, pois este ano, ele completa 12 anos e é preciso identificar se suas diretrizes ainda atendem integralmente às necessidades de avaliação institucional da UFBA. “Essa adequação se faz necessária até mesmo para adequação do projeto às novas diretrizes do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFBA”, revelou Izabel.
Ela também informa que é necessário atender às dez dimensões de avaliação do MEC, que contemplam temas como missão, Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade; políticas para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respectivas normas de operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, as bolsas de pesquisa, de monitoria e demais modalidades; a responsabilidade social; as políticas de pessoal, de carreiras do corpo docente e corpo técnico-administrativo, organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e representatividade dos colegiados, a infraestrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação; políticas de atendimento aos estudantes e especialmente em relação aos processos, resultados e eficácia da autoavaliação institucional.
Em relação aos resultados dos processos de avaliação, a professora Rejane destaca que “o tratamento da informação e dos resultados pode melhorar muito, pois quem é avaliado, espera saber os resultados e não meramente números ou notas”. Ela acredita que também é necessário “pensar coletivamente o modo como esse retorno se dará para a comunidade acadêmica”.
Atualmente, devido a uma limitação de sistema, o processo de avaliação está direcionado para a avaliação realizada no SIAV, em que os estudantes avaliam os professores e o conteúdo das disciplinas cursadas a cada final de semestre. Com a implementação do módulo de avaliação no novo sistema SIGA-A, teremos possibilidade de ampliar o escopo avaliativo também para os discentes, servidores técnico-administrativos e autoavaliação docente, sinalizou Izabel.
A CPA
A Comissão Própria de Avaliação é uma comissão deliberativa, definida e normatizada pelo Ministério da Educação para existir em todas as instituições de educação superior do país com o objetivo de dar andamento às ações de avaliação, pautadas na legislação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) – Lei 10.861/2004. Na UFBA, a CPA existe desde 2005 e foi constituída com os objetivos de produzir dados e informações para subsidiar a análise das dimensões do objeto do processo de avaliação; desenvolver ações que contribuam para o fortalecimento da cultura de avaliação institucional na Universidade; construir uma metodologia de avaliação para permitir que os diferentes órgãos e níveis da administração universitária desenvolvam, de forma sistemática e contínua, projetos de autoavaliação; sistematizar os resultados da autoavaliação para que possam ser considerados no processo de planejamento e gestão institucional e formar quadros para a institucionalização do processo de avaliação na Universidade Federal da Bahia.
A CPA-UFBA não está subordinada diretamente a nenhuma das unidades da UFBA e como é composta por apenas sete membros, não tem como operacionalizar em toda a Universidade as ações de avaliação que delibera o SINAES. Então, a Reitoria criou em 2013 a Superintendência de Avaliação e Desenvolvimento Institucional (SUPAD), tendo como uma de suas atribuições atender às demandas da CPA, relacionadas à avaliação da Universidade. CPA e SUPAD não têm uma relação de subordinação. Os objetivos e atribuições da SUPAD estão descritos no regimento interno da Reitoria.
Também é importante para a CPA manter um diálogo permanente com pesquisadores de outras instituições e representantes das CPAs de outras universidades. Contudo, isso não pode ser visto como um modelo para o direcionamento de nosso processo de avaliação, pois as diretrizes a serem preconizadas e ações a serem implementadas devem estar em conformidade ao que a comunidade acadêmica pensa e acredita que deve ser feito para nosso autoconhecimento enquanto instituição de ensino, pesquisa e extensão, explicou a presidente Izabel.
Neste ano, a CPA já realizou seminários de gestão e avaliação universitária; participou de semanas pedagógicas das unidades de ensino; reuniões setoriais para discussão da avaliação institucional; trabalha no desenvolvimento de um novo instrumento de avaliação para o Sistema de Avaliação (SIAV); monitora os relatórios de avaliação no SIAV; faz o mapeamento da infraestrutura das salas de aula das unidades acadêmicas e assessora os cursos que passarão por avaliação externa do MEC. Essas são apenas sete das 16 atividades propostas para este ano visando a implementação de uma cultura autovaliativa”, concluiu.
Membros da CPA-UFBA para o biênio 2017-2019
– Izabel Cristina Silva (presidente da CPA e representante do corpo técnico-administrativo -> membro novo)
– Cláudia Sá Malboiffon Andrade (professora da Faculdade de Economia, especialista em avaliação educacional)
– Mara Pinheiro Menezes (professora da Escola de Música, especialista em avaliação institucional),
– Matheus Assis (presidente do Diretório Central dos Estudantes e representante do corpo estudantil -> membro novo)
– Rejane Alves, (professora da Faculdade de Educação e representante da Reitoria -> membro novo)
– Theresinha Guimarães Miranda (professora aposentada, representante da sociedade civil).
– Uilma Rodrigues Matos (Professora da Faculdade de Educação, representante do corpo docente)
Fonte: EdgarDigital