A Universidade Federal da Bahia não irá parar. É reafirmando essa sentença de vida que nossa Universidade responde a mais um absurdo: a notícia de um novo bloqueio orçamentário, que apenas torna mais evidente, em um momento crítico da história de nosso povo, o desprezo à Educação e à Universidade Pública, assim como à ciência, à cultura e às artes em nosso país.
A UFBA não irá parar de lutar para manter-se em funcionamento, e para isso será imprescindível a energia e a resiliência de nossa comunidade. Nossa resistência continuará sendo a resposta à campanha de ódio ao conhecimento e de asfixia à Universidade Pública abertamente em curso – campanha que, fracassada em seu intento de nos silenciar, insiste em agredir, reiteradamente, a pesquisa, o ensino e a extensão de qualidade, assim como a assistência estudantil, investimentos que a sociedade brasileira faz, com enorme sacrifício, em um futuro mais digno, igualitário, livre e soberano para esta e as futuras gerações.
Com o recém-anunciado bloqueio, a UFBA disporá de 5,8% a menos em seu orçamento destinado ao custeio de despesas básicas, como água, energia elétrica, segurança, limpeza e manutenção, entre outros - montante que, somado aos R$ 12,8 milhões já cortados em junho, pode resultar em uma perda de cerca de 18% do total orçado para este ano. Ante a promessa de 'devolução', em dezembro, dos recursos agora contingenciados, resta manifestar desconfiança e justificado temor.
Cortes e contingenciamentos dificultam o planejamento de ações, impedem pagamentos em dia e podem resultar em descontinuidade de serviços, supressão de postos de trabalho e balanço de contas deficitário – sacrificando, assim, as condições de trabalho e estudo para a população desta Universidade, um total de 61 mil estudantes, técnicos, terceirizados e professores. Prevendo um cenário adverso, a UFBA vem adotando medidas de contenção de despesas, a fim de continuar, com enorme dificuldade, honrando seus compromissos.
Em reunião extraordinária do conselho pleno da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), ocorrida na manhã de hoje (06/10), e que contou com a presença do reitor Paulo Miguez, a UFBA se somou às universidades e institutos federais de todo o Brasil, que entraram em estado de mobilização permanente, na defesa da educação pública superior. As decisões do conjunto dos reitores incluem uma agenda conjunta de luta que envolve uma série de atos públicos ao longo do mês de outubro, o enfrentamento jurídico das medidas e intenso diálogo com parlamentares, visando à imediata reversão dos cortes.
Em qualquer cenário futuro, a Universidade Federal da Bahia, como toda a Universidade Pública brasileira, enfrentará grandes desafios e adversidades. Sempre, porém, de portas abertas, com dignidade, dedicação, inclusão social e permanente busca por excelência. A Universidade é a casa da democracia e do conhecimento, e cabe a cada brasileiro, hoje e sempre, lutar por ela.