A Universidade Federal da Bahia jamais transigirá com a violência e o preconceito. Nos últimos dias, têm ocorrido, entretanto, manifestações ameaçadoras, genéricas ou diretas, eivadas de racismo, homofobia, preconceitos de gênero. A comunidade teve ciência, por exemplo, de inscrições recentes em banheiros, nas quais, para mentes agressoras e limitadas, a vitória de um candidato iria “limpar” nossas escolas de pobres, pretos e gays. E ontem mesmo, dia 23 de outubro, a Dra. Denise Carrascosa, conceituada professora do Instituto de Letras da UFBA e destacada militante do movimento negro, foi assim ameaçada no saguão do Instituto: “Professora, depois do dia 28, a senhora vai ver”.
A ameaça é grave e deve ser imediata e firmemente combatida. Nesse sentido, a administração central mobilizou de imediato sua Coordenação de Segurança, que está utilizando todos os meios para identificar o agressor, além de acompanhar a realização de Boletim de Ocorrência, dando todo apoio à docente. E todas as medidas previstas na legislação serão tomadas para combater e punir essa e toda forma de manifestação de autoritarismo e violência no espaço da Universidade.
A UFBA deve ser espaço de convívio saudável, nunca de discriminação. Nesse sentido, a militância de docentes, técnicos e estudantes, ao longo de décadas, tem contribuído para o respeito às diferenças e o acolhimento, trazendo para a Universidade demandas relevantes e justas da instituição e da sociedade. Nosso ativismo vem, portanto, ao encontro de nosso interesse acadêmico e tem assim valor institucional, sendo pautado por nosso dever de ampliar direitos, combater a desigualdade e toda manifestação de autoritarismo. Manifestando-se então contra essas ameaças, a Universidade também se compromete a redobrar sua atenção e a buscar todo amparo e todo recurso legal, pois não pode ser lugar do medo, mas sim de conhecimento e liberdade.
Reitoria da UFBA.