Além de a Universidade Federal da Bahia apresentar crescimento contínuo nas médias obtidas nos últimos anos na avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), 50% dos cursos avaliados no último ciclo do exame alcançaram o conceito máximo (5). A média de 4,41, obtida na mais recente avaliação — referente ao ano de 2015 –, também foi a mais elevada considerando todas as participações dos cursos da UFBA no exame, reforçando assim a tendência ascendente que vem se consolidando quando se compara os escores dos últimos ciclos: 2012 – 3,63; 2009 – 3,38 e 2006 – 3,67.
O resultado, mais positivo a cada ciclo e, em especial, as últimas médias, refletem a preocupação da Universidade com a qualidade dos cursos de graduação. “Além de saber que a formação que está sendo dada aos estudantes atende a padrões de elevada qualidade, outro ponto positivo dessa avaliação é o fortalecimento da imagem social da instituição, pois se torna público que as notas dos seus cursos são as melhores e quanto melhores os cursos, mais recursos é possível captar junto ao MEC”, salienta o superintendente de Avaliação e Desenvolvimento Institucional (Supad) da UFBA, professor Antonio Virgilio Bastos.
Bastos afirma que não há estudos que expliquem esse crescimento, mas sim hipóteses. E uma delas é que parte importante do desempenho medíocre que alguns cursos da UFBA tiveram, em edições anteriores do ENADE, pode ser atribuída ao boicote dos estudantes ou ao descompromisso em responder com cuidado a prova. Por outro lado, o Coordenador da Comissão Própria de Avaliação (CPA), professor Jorge Luiz de Sales, enxerga a elevação do conceito da UFBA no ENADE, ao longo do tempo, como uma confirmação de que as ações realizadas estão produzindo o efeito perseguido diariamente no trabalho na Universidade.
Resultados positivos
De acordo com os resultados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), dos 12 cursos da UFBA que foram avaliados em 2015, seis cursos obtiveram conceito 5 – Administração, Direito (noturno e diurno), Jornalismo e Psicologia (Salvador e Vitória da Conquista); cinco ficaram com conceito 4 – Ciências Contábeis (noturno e diurno), Design, Secretariado Executivo e Tecnológico em gestão pública e apenas um ficou com o conceito 3, que foi Ciências Econômicas. É interessante destacar que, na Bahia, o curso de Jornalismo da UFBA foi o único que alcançou o conceito 5, e somente o de Secretariado Executivo pontuou com a nota 4 entre as instituições baianas avaliadas.
Esforços empreendidos
O Núcleo de Acompanhamento de Avaliações dos Cursos de Graduação da Prograd promoveu seminários e outros encontros com diretores, coordenadores de cursos e professores, oferecendo suporte para possíveis necessidades, no período que antecede o exame. Esse suporte contou com o conhecimento agregado de pesquisadores da área institucional, docentes e técnicos-administrativos que, ao longo dos anos, ganharam experiência com as demandas administrativas do ENADE.
A Pró-Reitoria também realizou reuniões para o engajamento de docentes e estudantes, evidenciando a importância do ENADE para que seja valorizado e visto pelos estudantes com a responsabilidade que a avaliação exige. Além disso, a Prograd promoveu a reestruturação de currículos de alguns cursos com a participação dos colegiados nas unidades.
Com o mesmo intuito, a Supad realizou cursos e disseminação de vídeos, cartazes e reuniões para sensibilizar o aluno para responder a prova com dedicação, o que pode ter diminuído o grau de boicote e da participação sem compromisso com a demonstração do que o estudante aprendeu ao longo do processo de formação. E quando um curso obtém nota negativa (abaixo de 3), acrescenta o professor Virgilio Bastos, a Supad e a Prograd dão apoio e suporte para o processo de reestruturação, envolvendo docentes, discentes e coordenação, a fim de prepará-los para receber as visitas das comissões externas de avaliação. De acordo com ele, os conceitos preliminares do curso que foram afetados pelo desempenho do aluno na prova podem se transformar em conceitos definitivos mais elevados, mediante a visita da comissão do INEP.
Medidas futuras
Para Bastos, o trabalho de sensibilização das coordenações de cursos no sentido de uma atuação mais positiva frente ao ENADE deve continuar, e é preciso investir mais em atualização nas especificidades de cada curso. A intenção de permanecer cada vez mais próximo das unidades e dos estudantes, a fim de potencializar atitudes e conhecimentos para que sejam aplicados antes e durante o exame, também é uma meta do Núcleo de Acompanhamento de Avaliações dos Cursos de Graduação da Prograd.
Entre as medidas importantes que deverão produzir novos resultados positivos, o professor Jorge Sales defende a consolidação de uma cultura de avaliação na Universidade, envolvendo mais fortemente alunos, professores e trabalhadores técnico-administrativos, mostrando que essa é uma importante ferramenta para o aprimoramento contínuo das atividades e, portanto, deve ser incorporada às rotinas. Sales também destaca a implantação de um novo sistema de gerenciamento acadêmico a fim de possibilitar maior agilidade e confiabilidade dos dados coletados para avaliar os diversos processos da Universidade e a ampliação do número de indicadores de desempenho que permita um melhor monitoramento dos diversos aspectos envolvidos no funcionamento da Universidade.
E no que tange aos processos estritamente acadêmicos, o professor entende que é necessário manter o investimento para qualificação continuada do corpo docente, apoiar as revisões curriculares e incentivar mais cursos a também empreender a modernização e adequação dos seus currículos.
O ENADE
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes foi formulado pelo INEP, órgão do Ministério da Educação, para avaliar o rendimento dos alunos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. É obrigatório para os alunos selecionados, sendo condição indispensável para a emissão do histórico escolar. Além disso, “o estudante, ao participar do ENADE, responde um questionário em que opina sobre as condições de funcionamento do seu curso, oferecendo às instituições de ensino superior insumos para o aprimoramento contínuo da qualidade dos cursos de graduação”, destaca o Coordenador de Avaliação da Supad, professor Jorge Luiz de Sales.
O exame é realizado por grupos de cursos que são submetidos a cada ano, de modo que o mesmo grupo é avaliado três anos depois. Ou seja, ao termino de um triênio, completa-se um ciclo avaliativo, em que todos os cursos terão passado pelo exame.
Fonte: EdgarDigital