Apresentações artísticas e debates sobre aspectos estéticos e políticos acontecem no II Encontro de Filosofia e Teatro de Rua da Bahia (EFITEBA) que acontece no dia 27 de março, no Museu Afro Brasileiro - MAFRO (Terreiro de Jesus, Centro Histórico), em comemoração ao dia mundial do teatro. O eventotem acesso gratuito para o público e a abertura às 10h, com a mesa temática Universidade e Cidade que terá a presença do vice-reitor Paulo Miguez, do estudante de filosofia e poeta Fabricio Britto e da coordenadora do Mafro, Graça Teixeira.
Idealizado pelo Grupo de Arte Popular A Pombagem, o II EFITEBA irá discutir temas como Universidade e Cidade e Mulheres Negras e Ocupação de Espaço. As apresentações cênicas ficarão por conta do Grupo Caravana de Téspis, Grupo Cultural 1ª de Maio, Grupo de Arte Popular A Pombagem e Performance Mulheres Aguerridas. O evento conta com o apoio da Universidade Federal da Bahia, MAFRO, Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Secretaria de Cultura do estado da Bahia (SecultBA), Governo do Estado, além do coletivo Arte Marginal Salvador.
À tarde, às 14h, a programação segue, com palestra sobre aspectos estéticos e políticos do Teatro de Rua da Bahia com o coordenador do Movimento de Teatro de Rua da Bahia, Marcos Cristiano, e a mediação da palestra será feita pela museóloga Manuela Ribeiro. Às 16h se apresenta o Grupo A Pombagem com o espetáculo Silêncio no Museu. Logo após, às 16h30, está programada a Roda de Conversa sobre Mulheres Negras e Ocupação de Espaço com a Mestra em Museologia Joana Flores e a Mestranda em Geografia Paula Regina e, finalizando a programação, a Roda de Espetáculos do Movimento de Teatro de Rua da Bahia, no Largo do Terreiro de Jesus, às 18h.
Um lugar de encontro entre artistas e pesquisadores, fazedores e gestores, o Encontro visa superar a dicotomia entre o saber-fazer e o saber-dizer, isto é, entre o pesquisador da academia e o artista de rua, buscando assim um diálogo mais produtivo e horizontal entre os envolvidos neste segmento artístico-cultural. Também será lida uma carta-manifesto em prol da construção do monumento à Maria Felipa, a ser colocado na Praça da Rua P, localizada no bairro Castelo Branco, onde o grupo A Pombagem vem realizando atividades artísticas e educativas para a comunidade local.
Sobre A Pombagem
Grupo de arte popular surgiu em 2009, como um sarau poético. Periférico, marginal e inicialmente apenas poético, este grupo recitava os dramas que tematizam a realidade das comunidades nas quais moravam seus integrantes. Após perceber que, no cotidiano das ruas do centro da cidade e nas vielas dos bairros Fazenda Grande do Retiro e São Caetano, havia gente que fazia de seu sofrimento diário uma obra de arte, os pombos – como eram chamados os poetas Fabricio Britto, Uilton Oliveira e Patric Adler – resolveram transformar os versos em dramaturgias, e estas em espetáculos. “Foi preciso conhecer o centro da cidade, além de outras periferias, pois sabíamos que nossos dramas não eram exclusivamente nossos”, diz Fabricio Britto.
Em 2013 o grupo passou a compor o Movimento Popular de Teatro de Rua da Bahia, apresentando espetáculos de teatro em praças, mas também adentrando o universo da pesquisa acadêmica em teatro de rua, no sentido de legitimar o lugar e a estética desta arte popular frente aos mais variados contextos culturais, acadêmicos e políticos. Em novembro de 2015 o grupo promoveu o I EFITEBA – 1º Encontro de Filosofia e Teatro de Rua da Bahia, na Praça das Artes e no Auditório do PAF III da UFBA. No mês seguinte, em dezembro, A Pombagem realizou um projeto de arte-educação com duas regiões ocupadas pela população em situação de rua: a do Aquidabã e a da Praça das Mãos.