A servidora técnica-administrativa Valdinéia Ferreira construiu toda sua carreira acadêmica na UFBA. Graduada em Biblioteconomia, mestra e doutora pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI), Valdinéia recebeu a menção honrosa da CAPES. Intitulada “e-Science e Políticas Públicas para Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil: colaboração, infraestrutura e repercussão nos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia na área de Nanotecnologia”, a sua tese foi considerada uma das melhores do Brasil, na área de Ciência da Informação.
A tese de doutorado, defendida ano passado, foi o resultado de 4 anos de estudos sobre um tema que não era muito conhecido, a e-Science ou a ciência eletrônica. A temática não era explorada na área e ela teve o insight de colocar em evidência esse termo, muito importante para a área de Ciência da informação. “Integrando a e-Science com as práticas colaborativas para inovação, nanotecnologia e os INCTs, tentei fazer uma costura nesse contexto e dar a minha contribuição para ciência, colocando em evidencia termos que não são discutidos mas que são muito importantes”, comenta Valdinéia.
A escrita do trabalho foi árdua. Quase quatro anos ao todo, com uma troca de orientador e um ano sem orientação. Pesquisando na internet, Valdinéia encontrou a possibilidade de realizar uma matéria na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, após passar por um processo de seleção, passou três meses em Minas. Esse intercâmbio foi tão bem sucedido que a professora da matéria, Cida Moura, passou a ser sua co-orientadora. “A possibilidade que o meu programa me deu, de colocar uma professora de fora, tem tudo a ver com o tema que eu estava estudando, porque foi uma possibilidade de colaboração. Pude vivenciar na prática tudo que estava estudando”, explica Valdinéia.
Valdinéia também comenta sobre as principais conclusões da sua tese. “Identifiquei a e-Science não é aplicada de forma efetiva pela área de nanotecnologia, o que foi uma surpresa para mim. A maioria dos pesquisadores desses INCTs são da área de exatas e pressupõe-se que nessa área a tecnologia é altamente utilizada. Eles utilizam muitas ferramentas, mas ainda não há uma estrutura como é proposta pela literatura”.
“Meu processo de aprendizado é um processo contínuo. Minha vida inteira eu sempre estudei e como bibliotecária não poderia ser diferente, já que estou em um ambiente acadêmico, que me força a sempre estar procurando me qualificar, para atender minha clientela, que são estudantes, professores, pesquisadores, todos que consultam a biblioteca da UFBA.” A tese foi considerada a melhor entre as defendidas no Instituto de Ciência da Informação (ICI) no ano de 2016 e, por esse motivo, foi inscrita no prêmio da CAPES. O prêmio será entregue em dezembro.