A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) confirmou que o clarão que assustou os baianos na noite de segunda, 20, foi, de fato, causado por um meteoro de bom tamanho atravessando a atmosfera, que explodiu no mar a cerca de 92 quilômetros (km) da costa. O fenômeno foi visto por moradores da capital baiana, Amargosa, Ilhéus e outras cidades espalhadas pelo interior do estado, além de Sergipe.
Na tarde da quarta-feira, 22, uma equipe da TV Bahia levou ao laboratório do Grupo de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral (GPA) do Instituto de Geociências da UFBA uma peça metálica encontrada por Edinei Almeida, dono do terreno onde ela tinha caído, na expectativa de ter sido responsável pelo clarão.
A peça, com cerca de 3 quilogramas (kg) e tem 20 centímetros (cm), foi recolhida pelo motorista no seu terreno, da região de Monte Gordo, município de Camaçari, a 60 quilômetros de Salvador. Débora e sua equipe concluíram rapidamente que não se tratava de um corpo celeste, mas de uma peça manufaturada que poderia ser lixo espacial.
"Fizemos uma análise de florescência de raio-X em equipamento portátil que mostra quais são os materiais que compõem aquele objeto e a sua quantidade. É uma análise rápida, de cerca de um minuto, e não destrutiva, muito usada nos museus. Ela é bem precisa para metais e concluímos que se tratava de uma liga metálica composta principalmente de ferro, mas com pequenas quantidades de silício e manganês. É um material de alta resistência que passou por um ambiente de alta pressão", explica a professora.
Agora a equipe busca entre universidades parceiras um equipamento que analise a quantidade de carbono, que dirá com mais precisão do que é feita essa liga metálica e qual a sua origem. "Estamos trabalhando com a professora Cláudia Lisili, do departamento de Ciências dos materiais da Escola Politécnica para fazer os testes que precisamos. Essa análise do carbono dura apenas alguns minutos, mas ela nos diz quais os tipos de aço utilizado e assim podemos determinar qual indústria o utiliza", explica. Mesmo com a conclusão de que o clarão foi causado por um meteoro, a equipe continua a investigar a peça encontrada em Monte Gordo.
