O Centro de Estudos Afro Orientais (CEAO) teve seu novo regimento aprovado por unanimidade na última reunião do Conselho Universitário da UFBA, na segunda feira, 29. Este é um passo decisivo dentro do conjunto de medidas anunciadas pela reitoria em 2016 para reorganizar em termos institucionais o CEAO, que atravessava nos últimos anos um processo de dificuldades.
Sua recuperação começou a ser viabilizada com a formação de uma comissão especial, em abril de 2016, que seria responsável pela avaliação patrimonial, administrativa e institucional do centro. Na origem desse processo estava um pedido da diretoria da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH).
“O CEAO, desde sua criação em 1959, ocupou destacado papel na investigação das relações do Brasil com a África e a Ásia. Mesmo após a sua extinção como órgão suplementar da UFBA, em 2009, manteve-se reconhecido como referência para os que têm interesse no tema, dentro e fora do Brasil”, disseram a diretora da FAFICH, Maria Hilda Baqueiro Paraíso, e Joilson Rodrigues de Souza, atual coordenador geral do Centro.
“Sua recriação, portanto, devolve a institucionalidade e legítima participação na estrutura da Universidade, além de permitir os aportes de recursos humano, material e financeiro, necessários às práticas de pesquisa e extensão”, complementaram.
Segundo eles, o esforço por uma nova institucionalização do CEAO inaugura um processo similar em relação a outros órgãos da UFBA que, apesar de sua importância e reconhecimento, também foram extintos como órgãos suplementares, e agora devem ser transformados em órgãos complementares, a exemplo do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM) e do Centro de Estudos e Pesquisas em Humanidades (CRH), também integrantes da FFICH”.
Criado pelo reitor Edgar Santos, o CEAO se tornou um importante centro de pesquisa e extensão da universidade graças a seu caráter pioneiro tanto nos estudos sobre a contribuição africana na formação brasileira e as atuais dimensões sociais e culturais dessa relação, quanto por seu olhar estendido até a Ásia.
Maria Hilda e Joilson contam que ao longo de sua história, o CEAO publicou a revista Áfro-Ásia, uma das mais importantes publicações em seu campo, “ofertou também cursos das línguas yorubá, mandarim e árabe, e abrigou grupos de pesquisa sobre os temas relacionados às condições sociais e econômicas dos afrodescendentes, favorecendo a criação de políticas públicas voltadas para essas comunidades”.
“Sua recriação representa a oportunidade de retomar essas atividades, favorecendo o enfrentamento das questões relacionadas às persistentes desigualdade e segregação das comunidades que descendem dos povos africanos e asiáticos, sobretudo através do conhecimento produzido e compartilhado em suas dependências”, complementaram.
Com o regimento aprovado, o CEAO inicia agora uma reestruturação e reorganização internas. Entre as medidas nesse sentido estão a recriação dos órgãos diretivos (conselhos deliberativo e científico, coordenação geral e corpo científico, este último composto por pesquisadores que atuarão na atividade de pesquisa de temas aderentes à missão do CEAO), o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa e extensão, além de reformas e reorganização do espaço físico.
Fonte: EdgarDigital