A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) precisa de apoio efetivo e urgente. Cabe ao governo federal e ao governo estadual do Rio de Janeiro, frente à crise que a instituição ora atravessa, prover os recursos financeiros para o soerguimento e a manutenção desse patrimônio público do povo brasileiro.
A UERJ, criada há 64 anos, é a quinta universidade do Brasil e 11ª da América Latina, segundo o ranking “Best Global Universities 2016”, aferido com base em indicadores de pesquisa acadêmica, número de docentes premiados e reputação regional e global. Tem hoje cerca de 8 mil servidores, entre docentes e técnicos, e 35 mil alunos espalhados por seus vários campi, dos quais, 9 mil cotistas. A propósito, a UERJ é uma das universidades públicas do país pioneiras na implantação do sistema de cotas, visando à inclusão de segmentos historicamente marginalizados da sociedade brasileira no sistema acadêmico. Formou ao longo das décadas alguns milhares de profissionais graduados, além de mestres e doutores que contribuíram e contribuem para a produção do conhecimento e o desenvolvimento do país.
A crise em que a UERJ está mergulhada, cabe ressaltar, é resultado direto da irregularidade e atrasos no pagamento de salários, da suspensão do pagamento de bolsas, auxílios à pesquisa e mesmo de verbas de custeio da universidade. Uma suspensão que não prejudica apenas a universidade, mas se estende inclusive à população mais carente do Rio de Janeiro, o que é visível mesmo no exemplo de um dos efeitos dessa suspensão, qual seja, a redução do número de leitos do Hospital Universitário, de 500 para menos de 100 unidades destinadas ao atendimento público.
A crise foi provocada, assim, por decisões de governo e cabe ao governo saná-la, mas isso sem desnaturar a Universidade, sem desviá-la de seus papéis e funções fundamentais, sem lançá-la a uma busca angustiada por recursos no mercado, nem fazer depender sua sorte de recursos oriundos de eventuais mãos filantrópicas. É sim o estado o responsável pela UERJ. E, nesse sentido, a UFBA se junta aos que lhe prestam solidariedade, enquanto clamam por uma solução urgente do governo em favor de uma grande universidade.