Será inaugurado hoje (dia 20 de julho), às 17 horas uma ala da Biblioteca Universitária Reitor Macedo Costa, que abrigará e disponibilizará à comunidade da UFBA o acervo do jornalista Joaquim Cruz Rios. São cerca de 2.200 publicações ligadas a diversas áreas do conhecimento, entre as quais o jornalismo. direito, cultura, literatura brasileira e estrangeiras que foram doados por D. Regina Villas Boas, viúva do jornalista.
Bacharel em Direito, Cruz Rios ocupou diversos cargos públicos, tendo sido eleito deputado estadual em duas legislaturas. Publicou artigos em jornais e pareceres jurídicos. Conferência sobre a Colonização Portuguesa na África, Consulado de Portugal; livro: "Retalhos de Jornal", Academia de Letras da Bahia, Salvador. Joaquim Alves da Cruz Rios tinha nada menos que 65 anos de atuação na imprensa baiana. Ele começou a carreira jornalistica no "Bahia Jornal", em 1938, de onde saiu para integrar os quadros de A Tarde, onde permaneceu por 62 anos. Tinha grande influência entre os políticos. Era amigo do senador Antonio Carlos Magalhães, de quem acabou se afastando nos últimos anos. Sua biografia, intitulada Cruz Rios - Jornalista por vocação, organizada pelo professor da UFBA e diretor de A Tarde Edvaldo Boaventura, foi lançada em 2005.
Apresentando a obra, escreveu Edvaldo: “Em primeiro lugar, destaquei Cruz Rios e o jornal A Tarde. É um pouco da história do relacionamento de Rios com o seu periódico. Começa pela entrevista concedida ao repórter investigativo Marconi de Souza. Rios confessa: "Sou jornalista por vocação". Declaração enfática que titula a publicação, escolhida com Sérgio Fujiwara, autor da capa. Nesse relacionamento, privilegiei o depoimento de Jorge Calmon que trabalhou junto com Rios por mais de meio século em A TARDE. As relações entre o profissional e o periódico tipificam a identificação do homem de imprensa. Dessa maneira, integrei os seus dados biográficos ao currículo. Pela convivência diuturna com Rios, pude sentir de perto a sua identidade com o periódico, no qual realizou toda uma larga trajetória nos quase 66 anos ininterruptos de trabalho na mesma corporação. A sua carreira jornalística dá o tom característico de uma vida útil, privilegiando uma existência. Rios viveu a sua vocacionada inclinação para a imprensa matizando-a com o contínuo e imperturbável humor. A dedicação de Rios ao jornal foi tão marcante que desejava morrer na sua carteira de trabalho”.