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Uma dimensão surpreendente da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA

Fazendas são espaços de ensino, pesquisa e extensão

 

Mariluce Moura

A uma distância máxima de 150 quilômetros de Salvador, distribuem-se três fazendas da Universidade Federal da Bahia, com uma área total de 510 hectares – ou, caso se prefira, 510 mil metros quadrados –, que abrigam um rebanho de 300 animais, entre búfalos, cavalos, jumentos selecionados, cabras e ovelhas. Deve-se a isso acrescentar a criação de galinhas caipiras e de abelhas produtoras de mel. A maior dessas fazendas preserva 180 hectares de reserva florestal da Mata Atlântica.

Todo esse patrimônio tem, é claro, valor material e valor de mercado importantes e mensuráveis, mas certamente, para a UFBA, ainda mais valioso é seu valor intangível, representado pelas possibilidades atuais e potenciais de ensino, pesquisa e extensão que as fazendas oferecem. Ao se falar pesquisa, por exemplo, abrange-se na referência projetos das áreas de nutrição, de melhoramento genético e de forragicultura. Ou ainda estudos de zootecnia avançada, em que um dos grandes alvos é o aperfeiçoamento constante da produção animal.

Pois bem, no sábado, 20 de agosto, o reitor João Carlos Salles foi com uma equipe conhecer de perto essa dimensão veterinária e de zootecnia da UFBA. Começou pela Fazenda Experimental de Entre Rios, a mais distante de Salvador e a maior, com seus 360 hectares, incluindo a reserva florestal. A par de sua capacidade produtiva de leite, carne, mel e outros itens, essa fazenda é um centro importante de ensino, e para lá se dirigem estudantes da UFBA, é obvio, mas de outras universidades também.

O Centro de Desenvolvimento da Pecuária (CDP), em Oliveira dos Campinhos, distrito de Santo Amaro, foi o segundo destino do grupo. A rigor, o que está nos 50 hectares dessa propriedade é o hospital veterinário da UFBA para animais de grande porte que, entre 2013 e 2015 atendeu nada menos que 9 mil animais (ele se soma ao hospital veterinário do Campus de Ondina que, encravado na cidade, tem uma clientela absolutamente predominante de animais domésticos, algo da ordem de 95%). Os alunos da UFBA têm usualmente aulas práticas no CDP e estagiários de várias partes do Brasil fazem ali seu treinamento para o exercício da medicina veterinária.

A terceira e última parada de João Carlos Salles, no sábado, foi na Fazenda Experimental de São Gonçalo dos Campos, com 100 hectares e voltada essencialmente à pesquisa. Enquanto as duas outras fazendas são propriedade da UFBA há 30 anos –a de Entre Rios, resultado de cessão do Ministério da Agricultura, e a de Oliveira dos Campinhos, do Ministério das Comunicações –, essa unidade tem pouco mais de 10 anos e resulta de cessão também do Ministério das Comunicações à Universidade em 2005.

Vale destacar nesse primeiro relato da dimensão veterinária e de zootecnia da UFBA (retornaremos mais substancialmente ao assunto em poucos dias), a expectativa positiva do diretor da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Antonio de Lisboa Ribeiro, com a visita do reitor e membros de sua equipe às três fazendas. E, de outro lado, o entusiasmo de João Carlos Salles com “essa dimensão múltipla e com a vocação específica de cada uma delas”. Isso sugere, na verdade, que a UFBA tem vastas, importantes e pouco conhecidas dimensões, que merecem ser apresentadas ao público para uma compreensão mais nítida do que é a UFBA aos 70 anos de vida.