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Pavilhões de aulas estruturam-se para melhor atender aos estudantes

Os nove prédios são gerenciados pela SUPAC

Um estudante que entre pela primeira vez na UFBA pode estranhar que sua vida acadêmica não se inicie pela unidade que abriga seu curso, mas por um dos pavilhões de aula. O campus de Ondina abriga seis pavilhões de aulas e, por isso, mesmo quando algumas pessoas se referem aos dois pavilhões de aulas de São Lázaro ou ao único do Canela, utiliza a sigla PAF (pavilhão de aulas da Federação). Isso se explica pelo desenvolvimento histórico dos campi da UFBA, que começou no Centro Histórico, veio para o Canela e depois para a Federação, antes de descer para Ondina. Até aí, as aulas de cada curso eram ministradas nas próprias unidades.

Na década de 1970 foi criado o PAF 1, inicialmente com a intenção de abrigar as matrículas dos estudantes, sendo seguido por outros que vieram a contemplar a necessidade de expansão das turmas. “Isso de certa forma modelou a construção da UFBA. Na maioria das unidades nós encontramos os gabinetes dos docentes, espaços para salas de pesquisa e salas de aula da pós-graduação, com poucas salas efetivamente usadas para aulas de graduação”, conta a professora Nancy Vieira, da Superintendência de Administração Acadêmica – SUPAC.

Responsável por todo o processo de entrada e saída do estudante, desde a matrícula à emissão dos diplomas, a SUPAC também gerencia os PAs através da CIEPE – Coordenação de Instalações de Uso Coletivo de Ensino, Pesquisa e Extensão, coordenado por Carlos Albano. “Gerenciamos nove prédios por onde passam mais de 2 mil turmas por semestre, quase um terço das 7 mil oferecidas pela UFBA”, explica ele.

A maioria desses espaços têm nomes próprios, embora não sejam tão conhecidos do público. O PAF I se chama Pavilhão de Aulas Reitor Felipe Serpa; o PAF II leva o nome do Professor Alceu Hiltner; o PAF III, Glauber Rocha. Os PAFs IV, V e VI ainda não foram rebatizados. O Pavilhão de Aulas de São Lázaro chama-se Professor Thales de Azevedo, o antigo pátio virou Pavilhão de Aulas Raul Seixas e o PAC (Pavilhão de Aulas do Canela) leva o nome do Reitor Heonir Rocha. Além destes pavilhões, a Coordenação gerencia o Centro de Esportes, alguns auditórios e laboratórios de uso compartilhado.

Administrar tantas turmas de unidades diferentes não é tarefa simples. A CIEPE conta hoje com 33 servidores, divididos em seus diferentes espaços com ao menos um responsável pela gestão de cada pavilhão, descentralizando responsabilidades e atribuições. “É como se tivéssemos 184 salas para 500 turmas e todo mundo querendo o horário das 08h30 às 10h30”, conta Albano.  A equipe faz o possível para otimizar a utilização das salas, que nos PAFs I e III funcionam das 07h da manhã às 10h da noite. A ocupação segue um fluxo desigual: os dias de segunda e quarta são os mais cheios, seguidos pelas terças e quintas. “Nas sextas-feiras, uma parte das salas está vazia.  Se quiser fazer um evento aqui, faça na sexta”, orienta Albano. As turmas excedentes, não contempladas nestas 184 salas, são realocadas para outras unidades, em diálogo com a coordenação.

Há também nove auditórios, onde acontecem cerca de 700 eventos por ano, entre acadêmicos e culturais. Esses espaços podem ser solicitados por quaisquer membros da comunidade UFBA. Basta enviar um e-mail para paf@ufba.br especificando o tipo de espaço almejado (sala/auditório), data, horário, expectativa de público e recursos auxiliares a serem utilizados, além do tema do evento e seu conteúdo. A preferência, claro, é dada aos eventos institucionais.

Uma novidade para parte da comunidade estudantil é o pleno funcionamento do Pavilhão de Aulas Professor Alceu Hiltner, ou PAF II. O prédio passou uma década cedido à Petrobras, que ali instalou sua universidade corporativa. Composto de salas pequenas, hoje abriga atividades administrativas e aulas de cursos de idiomas. Seus espaços são plenamente climatizados e contam com projetores em cada sala, uma aspiração para o resto da universidade.

Reformas semestrais preparam espaços de aula

A cada semestre, acontece durante as férias, um mutirão nas áreas coletivas, como explica o professor Fábio Velame, superintendente da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (SUMAI-UFBA): “Estamos revendo a iluminação do campus, fazendo a regularização dos estacionamentos e o recapeamento do asfalto da Rua Barão de Jeremoabo, além da revisão de edificações de uso coletivo como o restaurante universitário e os nove pavilhões de aula”. Para isso, foi criada uma força-tarefa envolvendo SUMAI, CIEPE/SUPAC, PROPLAN, PROAD, PROGRAD e PROPG. A meta é revisar toda a climatização dos pavilhões, trocar os quadros brancos danificados, fazer revisão das instalações sanitárias e elétricas, reparos e substituição nos equipamentos eletrônicos.

A estrutura da UFBA está em constante adaptação aos novos tempos, como explica a professora Nancy. “O PAF I foi construído em um momento em que não existiam grandes edificações no entorno. A cidade vai se alterando e muda a circulação de ar, fazendo com que prédios, que recebiam ventilação natural, hoje precisem de uma climatização artificial”.

Os PAFs I e III já estão com todas as salas climatizadas. Em São Lázaro, foram instalados aparelhos de ar-condicionado em todas as salas, mas a unidade precisa ampliar sua subestação de energia para suportá-los, obra que está em processo de conclusão. O PAF V acabou de resolver os problemas de energia e se prepara para instalar seus aparelhos. Dos 3.800 aparelhos de ar-condicionado da UFBA, 1.500 estão quebrados, mas há uma equipe alocada em cada pavilhão de aula para consertá-los a tempo para o reinício das aulas. Também está sendo firmado um novo contrato de climatização para dar manutenção preventiva e corretiva de forma mais contínua.

A estrutura elétrica da universidade ainda é um limitador. A energia vem da rua com média ou alta tensão e é necessário que haja uma conversão do fluxo, já que as unidades funcionam com baixa tensão. Para isso, são necessárias as novas subestações. De acordo com o professor Fábio, “as subestações da UFBA têm mais de 40 anos e utilizam tecnologias atrasadas, fora dos atuais normas e padrões de segurança, além de estarem já no limite da capacidade de carga”. Em 2016, foram reformadas e ampliadas oito subestações e a universidade prepara um novo edital poder atender às 28 que faltam, das 36 existentes. Essas reformas e ampliações são necessárias para que as unidades possam instalar e utilizar novos aparelhos.

Outra questão importante são os equipamentos utilizados em sala de aula. “Nas salas de aula dos anos 70, precisava-se somente do quadro, o giz e o professor. Contemporaneamente, uma série de novas tecnologias, que são caras e se desgastam com o uso constante, são utilizadas pelos docentes”, comenta a professora Nancy. A UFBA estabeleceu uma meta de “sala de aula mínima”, com um padrão de estrutura e conforto para seus espaços de aprendizagem.

Todos os pavilhões têm internet wi-fi, e a maior parte conta com aparelhos de televisão nas salas, com uma quantidade um pouco menor de data-shows, visto que estes sofrem mais desgaste e uma dificuldade maior de manutenção por conta dos altos preços das lâmpadas. “Temos 17 televisores instalados no PAF III, mais da metade das salas, e até meados de maio completaremos a mesma quantidade no PAF I”, explica Albano. A UFBA se moderniza para acompanhar os novos tempos e suas formas de aprendizado. Vantagem para os estudantes que desfrutarão dessa estrutura.

Fonte: EdgarDigital