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Nove compositores da EMUS terão obras inéditas na XXII Bienal

Eles venceram o Prêmio Funarte de Composição Clássica

A Fundação Nacional de Artes – Funarte anunciou na terça-feira, 8 de novembro, os vencedores do Prêmio Funarte de Composição Clássica 2016, cujas partituras inéditas submetidas à competição vão compor o repertório da XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, que a instituição realizará em outubro de 2018. A Escola de Música (EMUS) da UFBA teve uma notável performance no Prêmio, com sete compositores selecionados, entre professores, estudantes de pós-graduação e de graduação e ex-alunos, além de ter dois compositores escolhidos para escrever obras encomendadas para a Bienal. Serão, portanto, nove obras de pessoas ligadas à EMUS entre as 60 de todo o país que vão integrar a Bienal.

 Os dois compositores da UFBA que receberam encomenda de obras para a Bienal, selecionados por uma comissão eleitoral de 10 intérpretes de notório saber, foram os   professores   Paulo   Costa   Lima e   Wellington   Gomes. O júri tinha a incumbência de escolher 15 nomes de todo o país e, além da honraria, cada um deles receberá um prêmio no valor de R$ 30 mil.

 Os sete selecionados da EMUS no Prêmio de Composição Clássica, que no total escolheu 46 compositores de todo o país, foram o professor Guilherme Bertissolo, na categoria “Conjunto de seis a dez intérpretes”; o doutorando Vinícius Amaro e o estudante de graduação Luã Almeida, na categoria “Conjunto de três a cinco intérpretes”; o doutorando Alex Pochat, o compositor graduado Daniel Ferraz, hoje mestrando na Universidade McGill no Canadá, e os ex-alunos Paulo Cézar Santana, e Marco Antônio Feitosa, todos premiados na categoria “Solos, Duos, Acusmática, Eletroacústica Mista e Coro”. Seis deles integram o Grupo de Pesquisa CNPq-UFBa ‘Composição e Cultura’, liderado por Paulo Costa Lima e Bertissolo. E uma curisidade: Alex Pochat e Vinícius Amaro são orientandos de Paulo Costa Lima. Todos os premiados receberão prêmios entre R$11 mil e R$22 mil, a depender da categoria em que estão enquadrados.

As 46 obras que estarão na XXII Bienal – além das 15 encomendadas -foram selecionadas de um total de mais de 300. Melhor dizendo, de algum número entre 300 e 500, explica Bertissolo, já que cerca de 275 compositores se inscreveram e cada um podia apresentar até duas partituras inéditas.

A Bienal de Música Brasileira Contemporânea acontece desde os anos 1970, derivada do antigo Festival da Guanabara. No Festival de 1969, o grande vencedor foi o santista José Antônio Rezende de Almeida Prado (1943-2010), reconhecido como um dos maiores expoentes da música erudita contemporânea no Brasil. Mas a Escola de Música da UFBA, então ainda nomeada Seminário de Música, já fez ali bela figura com seu grupo de compositores: três deles, Lindembergue Cardoso, Fernando Cerqueira e Milton Gomes, estavam entre os finalistas. No ano seguinte, Ernst Widmer, personagem da maior importância na música e na UFBA, foi o vencedor. E vários outros foram premiados desde então. Tudo isso tem relação direta e visceral com o “Movimento de Composição na Bahia”, explica Paulo Lima. “Esse é nome que damos – acrescenta – aos 53 anos de atividade do ensino de composição na UFBA, iniciado ainda em 1963”.