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Mulher tem protagonismo e, ao mesmo tempo, pouca visibilidade na UFBA

Painel reuniu seis personalidades femininas da UFBA

Uma mesa formada por seis personalidades femininas da UFBA, no auditório da FACOM na tarde desta sexta-feira, 15, trouxe à tona assuntos como a desigualdade de gênero, a representação da mulher em números e dados, e nomes que fizeram a história dos 70 anos da universidade.

Mediada pela pesquisadora Iole Macedo Vanin, atuante na área de estudos de Gênero e Feminismo no NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher), a mesa deu voz primeiramente à professora Maria Hilda Paraíso, que, após alertar para o esmaecimento da figura da mulher no contexto acadêmico, predominantemente masculino, anunciou o projeto de um livro que irá revelar e biografar as figuras femininas que demonstraram uma grande capacidade na construção da UFBA. O livro contará com 70 nomes e tem previsão de lançamento para 2017.

Na área de ciências, a pesquisadora Estela Aquino ressaltou o aumento consistente da participação feminina no mercado de trabalho e na pesquisa acadêmica, rompendo barreiras em áreas tradicionalmente masculinas, como medicina, engenharias, e ciências exatas. Estela finalizou seu painel sugerindo que o PAF IV e o PAF V, que ainda não possuem nomes, sejam batizados com nomes de mulheres que fizeram história, sugerindo o nome de Luiza Helena de Bairros, ex ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, falecida nesta semana.

Representante na área da engenharia, a diretora da Escola Politécnica, Tatiana Dumêt, ressaltou a dificuldade de a mulher se impor neste campo, apresentando números que expôem a disparidade na ocupação das vagas de docentes e discentes -- apenas 24% dos professores da Escola Politécnica são mulheres.

O fio condutor do painel concentrou-se nos desafios para a equidade de gênero, trazendo à cena a necessidade de novas políticas. Suani Tavares Rubim de Pinho, chefe de gabinete da reitoria, enalteceu os propósitos do Congresso UFBA 70 anos, que é o de nortear os próximos anos da universidade. “Ouvir, discutir, trazer a voz da comunidade, é muito importante para a gestão”, ressaltou a pesquisadora, que é membro titular do Conselho da SBF (Sociedade Brasileira de Física).

Ela cita como ações para diminuir a desigualdade no campo científico, o estímulo à curiosidade científica entre as meninas, a promoção da educação científica na formação escolar, promoção de debates, e a análise da dinâmica social que leva a esta desproporção.

Do outro lado deste debate, a professora do curso de Enfermagem, Silvia Lucia Ferreira, apresentou um pouco da história da escola de enfermagem, que foi construída por mulheres, e completa agora também 70 anos. Dentro da escola, desenvolveu-se um projeto focado em gênero, que está em vias de tornar-se uma área de excelência dentro da UFBA.

Após um rápido debate, as integrantes da mesa finalizaram suas participações em clima de pessimismo com o quadro político atual, dada a perda dos direitos conquistados pelas mulheres e pelas minorias, deixando a mensagem de que é necessário revelar e diminuir as invisibilidades na constante luta pela equidade de gênero.