Em reunião realizada no dia 30 de abril de 2024, o Conselho Universitário (Consuni) da UFBA aprovou, por unanimidade, moção em apoio à iniciativa do Congresso Nacional da inclusão de João Cândido Felisberto (1880-1969) - o "Almirante Negro" - no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
O registro como herói nacional do líder da Revolta da Chibata, ocorrida em novembro de 1910, no Rio de Janeiro, tramita a partir do Projeto de Lei 4046/2021, que já foi aprovado no Senado Federal e agora está em debate na Comissão de Cultura da Câmara Federal. Contudo, o justo reconhecimento do heroísmo de Cândido encontra absurda resistência.
Filho de ex-escravos, Cândido foi líder da Revolta da Chibata, um levante dos marinheiros de baixa patente, em sua maioria negros, contra uma espécie de semi-escravidão: baixos salários, péssimas condições alimentares e, sobretudo, castigos corporais aplicados pelos oficiais da Marinha brasileira, que tinham o açoite como um dos principais instrumentos de punição.
Do mar, como habilidoso timoneiro, Cândido soube conduzir um levante contra a hierarquia elitista, racista e cruel que se fazia presente na força naval, tornando-se, portanto, uma fonte de inspiração para a Marinha do Brasil e para toda a sociedade.
O Consuni da UFBA defende que a luta contra o racismo também vem da memória, da importância e necessidade de reconhecimento de movimentos sociais e de seus líderes, entre eles, João Cândido Felisberto, o “dragão do mar”. O protagonismo de Cândido na História do Brasil deve estar presente ao lado dos demais 64 heróis e heroínas já registrados no livro criado em 1992, e abrigado no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
