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Livro de Alberto Guerreiro Ramos terá lançamento nacional neste sábado no Congresso da UFBA

Santamarense foi sociólogo, político e jornalista

Uma mesa em homenagem ao sociólogo, político e jornalista negro Alberto Guerreiro Ramos,  baiano de Santo Amaro, cujo centenário foi comemorado em 2015, vai acontecer neste sábado, 16, das 18:30 às 20:30 auditório da Faculdade de Arquitetura da UFBA, na. rua Caetano Moura, Federação.

O evento, coordenado pelo professor Jorge Almeida, da UFBA, incluirá uma palestra de  Nildo Ouriques, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista na obra do intelectual baiano. Ele vai aproveitar a oportunidade para lançar a nova edição que organizou de “Mito e verdade da revolução brasileira”, obra importante do autor, 54 anos após a publicação da primeira edição, em 1963.

Autor de vasta, profícua, polêmica e respeitada obra de sociologia e política, Guerreiro Ramos foi professor da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e dos cursos de sociologia e economia realizados pelo Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP).

Professor visitante da UFSC e da Universidade de Paris, ele proferiu conferências na China e na antiga União Soviética e tem obras publicadas em espanhol, inglês, francês e japonês. Deputado federal em 1963, foi cassado pelo Ato Institucional nº 1, em abril de 1964. Exilou-se nos EUA, onde ensinou nas Universidades do Sul da Califórnia, Yale e Wesleyan e veio a falecer em 1982.

Nascido em setembro de 1915, iniciou seus estudos de Ciências Sociais em 1939, na então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Formou-se em ciências sociais em 1942 e em direito em 1943. Como jornalista, escreveu para O Imparcial (Bahia) Última Hora, Diário de Notícias e O Quilombo (Rio de Janeiro), e para O Diário (Minas Gerais).

Guerreiro Ramos era neto de uma escrava angolana, fazia questão de ressaltar que era baiano e distinguir suas raízes africanas. Foi intelectual muito crítico do que se produzia academicamente na sua época sobre a questão do negro, quando estava presente o “tema do negro” mas não a “vida do negro”. Foi ativista do movimento negro, e como tal  colaborou com o jornal O Quilombo e com o Teatro Experimental do Negro, onde coordenou o Instituto Nacional do Negro

Guerreiro Ramos teve papel destacado no ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) e fundamental na elaboração nacional-desenvolvimentista, quando diretor do departamento de sociologia entre o segundo governo de Getúlio Vargas, de quem foi assessor, e o governo de João Goulart.  Como membro do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) foi responsável (1952) pela primeira pesquisa realizada no Brasil sobre o padrão de vida dos brasileiros.

Participou também da Delegação brasileira à Assembleia Geral da ONU em 1961. Na vida político-partidária, foi filiado do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), participando de seu diretório nacional. Em 1962, foi eleito suplente de deputado federal, assumindo o mandato em agosto de 1963 e fazendo parte da primeira lista de cassados pelo golpe de estado de 1964.