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HUPES realiza primeiro transplante de pele da Bahia

Paciente tem 12 anos passa bem e não sente dor

 

Um paciente que transplantou 2.500 cm de pele na região dorsal, devido à lesão causada por queimadura elétrica, recebe alta nesta segunda-feira (13/10), depois de passar 40 dias internado no Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Complexo HUPES), devido à realização do primeiro transplante de pele da Bahia, por equipe do Hospital das Clínicas. O garoto Jeferson, de apenas 12 anos,  precisou ficar em observação por conta do curativo realizado a cada dois dias. De acordo com o coordenador do Serviço de Cirurgia Plástica, Valber Menezes, “o paciente passa bem e não sente dor. O transplante foi um sucesso, pois houve uma boa adesão do tecido pelo organismo. Isso significa que a pele ficou presa ao corpo”.

Este primeiro transplante de pele do Estado da Bahia foi realizado no dia 25/08 e o garoto transplantou 2.500 cm de pele na região dorsal, devido à lesão causada por queimadura elétrica, a qual comprometeu um membro superior. A criança, natural de Candeias, estava internada no Hospital Geral do Estado (HGE) há 11 meses e foi encaminhada ao Hospital das Clínicas por solicitação da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB).

O enxerto de pele foi obtido por meio de uma parceria d SESAB com o banco de pele de Porto Alegre.  Além de Dr. Valber, cirurgião responsável pelo procedimento, houve também participação da equipe de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas e do cirurgião do HGE, Carlos Brilha, que trouxe um equipamento com capacidade de aumentar a extensão dessa pele.

A pele 

A pele é o maior órgão do corpo humano. O transplante é indicado para casos de queimadura severa, ou lesão em que os pacientes não têm pele autóloga, do próprio organismo, para ser enxertada. Segundo Dr. Valber, o procedimento é igual a uma enxertia comum. “Pega-se a pele, lava-se, e a coloca em cima da área descoberta”, explica Menezes.

O médico também falou da possibilidade de perda da pele, quando não sofre adesão ao organismo receptor. “Isso pode acontecer por diversas razões, entre elas por conta da pele ser velha, por alguma contaminação ou por ter levado um tempo demorado de enxerto. Isso acontece mais por conta da condição da pele, do que por rejeição do paciente. Ele estava bem para receber o transplante”, garante  Valber.

O primeiro transplante de pele do Brasil foi realizado há cerca de 20 anos em Porto Alegre, onde está o mais antigo banco de peles do País. Atualmente Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Paraná também possuem banco de pele. Menezes fala que a Bahia já tem o projeto e os equipamentos, só falta montá-lo.