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Aula inaugural expôs ameaça global da epidemia de microcefalia

Comunidade acadêmica compareceu à Reitoria

A aula inaugural do semestre letivo 2015.2 da Universidade Federal da Bahia, intitulada "Epidemia de Microcefalia no Brasil", foi realizada na noite de quarta-feira (13/11), reunindo a comunidade acadêmica no Salão Nobre da Reitoria da UFBA. A aula foi ministrada pelos pesquisadores Celina Maria Turchi Martelli, da Fiocruz de Pernambuco, e Ricardo Ximenes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Na abertura do evento, o reitor João Carlos Salles destacou a mobilização da universidade em torno da questão da microcefalia, ressaltando a criação de um grupo interinstitucional, em uma parceria da UFBA com a Fiocruz/Bahia, com o objetivo de coordenar esforços para intensificar pesquisas direcionadas à investigação da relação entre zika e microcefalia, e encontrar respostas para às demandas da sociedade. O reitor também lembrou que neste ano serão comemorados os 70 anos da UFBA, com um conjunto de atividades para refletir sobre a universidade, e convidou o público presente para participar ativamente da construção do Congresso da UFBA, que será realizado em julho deste ano.

Em seguida, o professor Paulo Miguez, vice-reitor da UFBA, no exercício do cargo de reitor, anunciou os palestrantes convidados, além da participação no debate de quatro professores da UFBA: Glória Teixeira (Instituto de Saúde Coletiva), Mitermayer dos Reis (Faculdade de Medicina), Luis Roberto Moraes (Escola Politécnica) e Gúbio Soares (Instituto de Ciências da Saúde). Miguez ressaltou que a universidade responde às questões que afetam a sociedade através de pesquisas qualificadas que são desenvolvidas pela instituição.

A prof.ª Celina Martelli, da Fiocruz de Pernambuco, classificou o vírus zika como uma nova ameaça global. Em sua fala, a pesquisadora abordou a cadeia de transmissão e o impacto social da doença com o aumento expressivo dos casos na América Latina. “Os programas de controle do mosquito não estão sendo bem-sucedidos. Apesar dos investimentos, os métodos adotados para combater a epidemia têm-se mostrado ineficientes” disse ela.

A representante da Fiocruz afirmou que neste momento ainda está sendo construído o conhecimento sobre o zika vírus e sua relação com os casos de microcefalia, pois não se tinha registro prévio de que o vírus causasse problemas neurológicos graves. Celina Martelli lembrou que foi decretado, em outubro de 2015, estado de emergência de saúde pública nacional, e falou também sobre o plano nacional de enfrentamento à microcefalia.

Os conceitos sobre a microcefalia, suas causas e mecanismos de transmissão foram abordados pelo professor Ricardo Ximenes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O docente chamou atenção para a gravidade da questão, destacando a situação particular do Estado de Pernambuco, que apresenta a maior parte dos casos registrados de zika vírus e microcefalia, doença que provoca o comprometimento do sistema nervoso central de crianças recém-nascidas. O debate prosseguiu com a participação dos professores convidados, abordando a relação entre a infecção pelo virus zika e a microcefalia e a cadeia de problemas de saúde pública decorrentes da epidemia dessas doenças no Brasil.