Caríssimo Dr. Paulo Gadelha,
MD Presidente da Fundação Oswaldo Cruz
A Universidade Federal da Bahia, juntando-se a outras instituições de todo o país, vem manifestar sua preocupação frente a notícias publicadas pela imprensa nesta sexta-feira, 30 de dezembro, sobre a possibilidade da não nomeação da doutora Nísia Trindade para a presidência da Fundação Oswaldo Cruz.
Profissional respeitada, dona de uma trajetória brilhante, afirmada em três décadas de dedicação à Fiocruz, sendo também uma parceira constante no diálogo da Fiocruz com a UFBA, a doutora Nísia Trindade foi eleita para a presidência da instituição por sua comunidade dentro de um processo intensamente participativo e democrático: 4.415 servidores compareceram às urnas (82,1 % do total) e lhe deram 2.556 votos em primeira opção (59,7 %), além de 534 votos em segunda opção. Esse resultado foi homologado pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz, de sorte que toda a comunidade científica do país, que bem sabe a importância de procedimentos democráticos de consulta, só pode aguardar o referendo do governo.
Como em outros estados da federação, a Fiocruz na Bahia está desde a sua criação fortemente associada à Universidade Federal da Bahia e, em especial, à nossa Faculdade de Medicina, no desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa em saúde, de alta relevância social, e na manutenção de um programa comum de pós-graduação. Assim, decisões relativas à instituição afetam também diretamente a UFBA. Esse aspecto apenas reforça nosso entendimento de que o respeito à vontade manifesta da comunidade da Fiocruz é fundamental à manutenção de um ambiente saudável para a instituição melhor cumprir suas elevadas funções públicas em prol do conhecimento, do bem-estar e da saúde.
Por isso, nossa voz se junta à dos que defendem a nomeação da candidata vencedora das eleições, a doutora Nísia Trindade.
Saudações universitárias,
João Carlos Salles
Reitor da UFBA