Progride com rapidez a nova onda de casos da pandemia de Covid-19, a terceira do ano no Brasil, iniciada nas primeiras semanas de novembro. Em 19 de dezembro, a média móvel (sete dias) de 43.042 novos casos confirmados foi 23,1% maior que a média de uma semana antes. A mortalidade está também em rápido crescimento. Naquela data, a média diária de 146 óbitos foi 33,3% maior que a média de uma semana antes, registrando-se 1.025 mortes por Covid-19 em apenas uma semana; e a nova variante Omicron BQ.1, reconhecida como de maior transmissibilidade, respondia por 78,8% dos casos com identificação genômica do vírus SARS CoV-2 no país. Outras variantes registradas, entre as de maior frequência, foram: BA.5 (18,2%) e XBB (1,4%). Porém, a cobertura vacinal contra a Covid-19 com dose de reforço ainda era de 66,2% para pessoas com 18 anos e mais de idade.
Situação semelhante ocorre na Bahia. A média diária de novos casos de Covid-19 já alcançou 2.984, frequência que foi, em 18 de dezembro, 59,8% maior que a média de uma semana antes. E supõe-se que exista grande subnotificação, considerando os casos pouco sintomáticos que têm teste positivo autoaplicado e que seguem sem registro quando não são atendidos nos serviços de saúde. O que chama a atenção nessa nova onda é o aumento do número de óbitos pela Covid-19. A média de 22 óbitos diários, em 19 de dezembro, foi duas vezes maior que a média de óbitos de uma semana antes. Com efeito, entre os dias 13 e 19 de dezembro foram registradas 155 mortes pela Covid-19 na Bahia. Esta situação corresponde a uma crescente e alta taxa de ocupação de leitos hospitalares de UTI-adulto (76,2%), com média de 145 pessoas internadas.
Salvador exibe a mesma tendência. Em 19 de dezembro, foram registrados 253 novos casos diários, em média móvel (sete dias), 20,3% maior que a média de uma semana antes. O aumento da mortalidade por Covid-19 em Salvador se destaca também. A média diária de óbitos foi igual a sete, com aumento de 67,9% em relação a média de uma semana antes. Com média de 104 pessoas internadas por Covid-19, em leitos hospitalares de UTI-adulto, a taxa de ocupação alcançou 75,4%.
A vacinação é largamente reconhecida como efetiva na redução do risco de infecção viral e, sobretudo, na prevenção de casos de maior gravidade e de óbitos pela Covid-19. Todavia, a ampliação da cobertura vacinal caminha lentamente. No grupo etário de 5 a 11 anos, em 20 de dezembro, a cobertura da primeira dose alcançou 73,1% na Bahia e 71,9% em Salvador. Porém, para crianças menores de cinco anos a vacinação ainda não apresenta resultado satisfatório, assim como para a cobertura da segunda dose da vacina para o grupo de 5 a 11 anos: 49,4% na Bahia e 46,3% em Salvador. Para pessoas com 12 anos e mais, a dose de reforço precisa ser muito ampliada: 60,6% na Bahia e 67,5% em Salvador. Assim como para a segunda dose de reforço no grupo de 40 anos e mais: 52,0% na Bahia e 69,9% em Salvador. A oferta da quinta dose ou terceira dose de reforço, iniciada recentemente, ainda está reservada, exclusivamente, para pessoas imunossuprimidas com 18 anos e mais, incluindo gestantes e puérperas com esta condição clínica.
Na vigência dessa evolução da nova onda de casos de Covid-19, com a chegada do período de verão e com a ocorrência de festividades, com grandes aglomerações, torna-se ainda mais necessário e urgente ampliar a vacinação contra o vírus SARS CoV-2. Além disso, usar máscara, manter distanciamento evitando aglomerações e persistir com as demais medidas protetivas, como a higiene frequente das mãos, poderá reduzir a progressão da pandemia e evitar casos graves e mortes por Covid-19.
20/12/2022 - Comitê Covid UFBA