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Novembro Negro na UFBA tem múltiplas atividades a partir do dia 20

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Assassinado em 20 de novembro de 1695, segundo os registros históricos, Zumbi dos Palmares se mantêm como uma das personagens símbolo mais poderosos da resistência negra, que se estende para muito além das lutas contra a escravidão no Brasil e atinge o presente com notável força. É, assim, a data da morte desse líder maior do Quilombo dos Palmares que se reverencia no Dia Nacional da Consciência Negra, o marco para o Novembro Negro da UFBA.
 
Neste ano, atividades do Novembro Negro propostas por diferentes unidades da UFBA, como o Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), começam no próprio dia 20. Já as atividades organizadas pelo conjunto das pró-reitorias da Universidade, com o tema “Yabás: da ancestralidade à resistência”,  começam na sexta-feira, 23. A propósito, o significado original de Yabá é “Mãe Rainha”, título que na África era somente atribuído a Iemanjá e Oxum e, no Brasil, abrange todas as orixás femininas. Elas são representadas pelas mulheres sustentadoras do mundo, guerreiras, caçadoras, comerciantes, mestras, médicas e artistas.
 
“O tema reflete a importância de valores e saberes de matriz africana para pensar as relações sociais e a produção de conhecimento na academia. Sendo assim, a ancestralidade e o protagonismo das mulheres negras merecem destaque”, diz Cássia Maciel, pró-reitora de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (Proae).
 
O conjunto de atividades da semana visa a fortalecer o debate em torno das relações raciais e do racismo, segundo a pró-reitora, assim como “o relevante papel da universidade pública na reversão de cenários de desigualdades”. Os debates, oficinas e exibição de filmes da semana são gratuitos, abertos ao público e serão realizadas em diversos espaços da UFBA, de 23 a 30 de novembro.
 
 
Programação
 
23/11 – sexta-feira – 14 às 17hs – Auditório da Facom
Mesa “O que é interseccionalidade?”, com Carla Akotirene
 
27/11- terça-feira – 17 às 21hs – Auditório Facom
Exibição do filme “Café com Canela”
 
28/11 – quarta-feira – 17hs – Praça das Artes/Ondina
Oficina de Dança Afro, com Paulo Cortês
 
29/11 – quinta-feira – 14 às 17hs- Auditório da Facom
Conferência “Gênero e Raça na Política”, com Olívia Santana
 
30/11 – sexta-feira – 14 às 17hs- Auditório da Facom
Mesa “Estética, Subjetividade e Empoderamento”, com Ivy Guedes e Carina Feitosa

 

CEAO: do filme Pantera Negra ao multiculturalismo
 
O Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA participa intensamente da semana de comemoração da consciência negra, começando pela exibição do filme Pantera Negra, no cinema da UFBA, na terça-feira, 20, às 9h. O debate contará com professores e estudantes do Pós Afro e terá como eixo o afrofuturismo.
 
Na quarta, 21 de novembro, às 18h, no auditório do CEAO, será realizada a conferência “Miscigenação queer: contra-leituras de Bom Crioulo (1895) e da Revolta da Chibata (1910)”, com John Andrew Mundell da Universidade da Califórnia.
 

 

Também no auditório do CEAO, na quinta-feira 22, às 16h, acontecerá a mesa-redonda “Relações raciais e o multiculturalismo no Brasil vistos sob uma perspectiva comparativa internacional”, com a participação de Antonio Sérgio Guimarães (USP) e David Lehmann (Universidade de Cambridge) como conferencistas. O debate ficará sob a responsabilidade de Osmundo Araújo Pinho (UFRB e Posafro/UFBA). Durante o encerramento, será feito o lançamento do livro de Lehmann “The Prism of Race”.

 

Seminário internacional debate cidades da diáspora negra

 
O Seminário Salvador e suas Cores 2018: cidades da diáspora negra – laços África-Brasil é mais um evento que integra o Novembro Negro da UFBA, de 22 a 24 de novembro, na Faculdade de Arquitetura  da UFBA, por iniciativa do EtniCidades: grupo de estudos étnico-raciais em arquitetura e urbanismo. Interessados devem se inscrever até 21 de novembro pelo link https://saesuascores2018.wixsite.com/salvadoresuascores18/inicio.
 
O objetivo do evento é traçar paralelos entre as realidades das cidades do Brasil e de países africanos, a partir da promoção de visibilidade para a produção da arquitetura e do urbanismo na África, que não são tratados nos currículos de graduação e pós-graduação do curso de Arquitetura no Brasil. Há assim um esforço por descolonizar o pensamento nesse campo, trazendo à cena problemas e experiências dos processos de segregação étnico-racial nas cidades africanas e brasileiras.
 
 
O Mafro e Você
 
A série de diálogos com a diáspora africana de Salvador do projeto O Mafro e Você apresenta relatos de experiências de vida com destaque para a contribuição social de ações afirmativas como mais uma atividade em comemoração ao mês da consciência negra na UFBA.
 
Na terça-feira, 21, o projeto traz o mestre Dimas Santos, sacerdote do candomblé (Babalorixá do Ilê Axé Iboro Odé), artesão e especialista em artes manuais de matriz africana para uma conversa sobre o pano da Costa, suas funções e utilidades, cuja exposição está em cartaz no Mafro. Atualmente, ele coordena o projeto “Pano da Costa: Arte Afro-brasileira de Tecer”, patrocinado pelo Fundo de Cultura da Bahia, Setorial de Economia Criativa 2016.
 
No último encontro, em 28 de novembro, o ator e publicitário Heraldo de Deus é o convidado para uma conversa sobre o espaço ocupado pelo corpo negro nas artes cênicas e audiovisuais. Com atuação em várias peças de teatro e filmes, participou mais recentes da peça Mario Gusmão. No encerramento, o ator Ronei Silva apresenta uma leitura dramática de poemas de Solano Trindade.
Seminário internacional debate cidades da diáspora negra