A Universidade Federal da Bahia e a FIOCRUZ-Bahia vêm a público manifestar sua solidariedade e irrestrito apoio às famílias dos recém nascidos e conceptos atingidos pela epidemia de microcefalia e outras malformações congênitas que já envolve mais de 600 municípios, distribuídos em 20 Estados da Federação, inclusive a Bahia.
Pesquisadores e Professores destas duas instituições, desde final de outubro, quando a Secretaria de Saúde de Pernambuco emitiu sinal de alerta para o Ministério da Saúde, vêm desenvolvendo esforços voltados à compreensão do problema, detecção de casos, atenção aos recém natos, acompanhamento de gestantes, aperfeiçoamento de diagnóstico laboratorial, dentre outras iniciativas.
Embora ainda haja necessidade de mais investigações científicas, desafortunadamente, os casos de microcefalia têm sido relacionados à infecção congênita pelo Zika, vírus transmitido pelo Aedes aegypti, mosquito presente em mais de 90% dos municípios brasileiros e que tem sido muito difícil de ser controlado a níveis capazes de impedir a circulação deste possível agente causal. Além disso, não existe ainda vacina nem medicamentos específicos contra este vírus. Essa realidade indica que é concreta a perspectiva de crescimento desta grave epidemia.
Neste contexto, a Reitoria da UFBA e a Diretoria da FIOCRUZ-Bahia determinaram a criação de um Grupo Tarefa Interinstitucional, com o objetivo de coordenar esforços para intensificar pesquisas direcionadas à busca de maiores evidencias científicas; acolhimento e atenção à saúde das crianças acometidas e busca de novas estratégias de prevenção, em colaboração com as autoridades de saúde do Estado da Bahia. Confira a Nota Técnica "Microcefalia e doenças vetoriais relacionadas ao Aedes aegupti: os perigos das abordagens larvicidas e nebulizações químicas - fumacê"
Neste sentido, ao lado da sociedade e do SUS, a UFBA e a FIOCRUZ-Bahia, estão mobilizando toda sua capacidade técnico-científica instalada para, cada vez mais, se incorporar à luta para enfrentamento deste Estado de Emergência em Saúde Pública de Interesse Nacional, decretado em 11 de novembro de 2015 (Portaria GM-MS Nº 1.813), que pode vir a se constituir também em Emergência de Interesse Internacional, na medida em que o Zika vírus já circula em pelo menos 13 países das Américas.
Salvador, 28 de dezembro de 2015