Encontrar novas maneiras de otimizar a produção e a circulação de informações nas diversas instâncias da Universidade é o desafio colocado pelo “Fórum PDTI: Planejamento Estratégico de Tecnologia da UFBA”, que aconteceu no Congresso da UFBA. Um debate envolvendo representantes das áreas de planejamento, tecnologia da informação, biblioteconomia e arquivística, inaugurou o fórum, na manhã da sexta-feira (15/07), no Instituto de Matemática, com duas mesas temáticas: uma sobre a relação entre produção de dados e tomadas de decisões; e outra sobre os detalhes do processo de revisão do atual PDTI da UFBA (2014-17), em curso desde o início da atual gestão. Os debates do Fórum PDTI continuaram, nas manhãs de sábado e domingo, no mesmo local.
Na mesa "Informação, tomadas de decisões e inovação no âmbito dos gestores da Universidade", o pró-reitor de Planejamento e Orçamento Eduardo Mota enfatizou a necessidade de otimização dos mecanismos de registro, armazenamento, circulação e acessibilidade pública de informações estratégicas para a tomada de decisões pelos gestores, seja na dimensão estratégica (visando planejamento e resultados a longo prazo), seja na operacional (ações imediatas, no dia-a-dia da Universidade).
Mota apontou a urgência em se disseminar, entre a comunidade universitária, uma "cultura da informação" que não se resuma à mera proliferação de dados (muitas vezes de pouca utilidade, segundo o pró-reitor), mas preocupada em produzir e armazenar as informações realmente necessárias à integração entre as atividades fim da UFBA (pesquisa, ensino, extensão e assistência estudantil) e entre as unidades e a administração central. "É no tempo que perdemos respondendo um excesso de e-mails ou 'zaps' que deixamos de ter uma conversa, uma reunião produtiva. Temos a sensação de que estamos nos comunicando, mas, muitas vezes, estamos, na realidade, trabalhando isolados", observou.
Em seguida, o professor Francisco Pedroza, docente dos cursos de arquivologia e ciências da informação da UFBA, destacou a necessidade de integrar as áreas de tecnologia da informação (responsáveis por proporcionar soluções tecnológicas aos diversos processos de troca de informações da universidade) a áreas como arquivística, biblioteconomia e mesmo administração. E complementou a problematização levantada por Mota, ao definir "documento" como "informação que contém algum dado significativo para a realização de uma determinada função”. Ele concluiu defendendo a necessidade de se criar uma Superintendência de Arquivos: “Definir que dados produzir e armazenar deve ser objeto de discussão permanente de grupos de trabalho específicos”.
Atendendo ao espírito de debate e crítica construtiva proposto pela convocação ao Congresso da UFBA, técnico-administrativos das áreas de arquivística e biblioteconomia e um estudante manifestaram-se acerca de carências, tais como necessidade de mais arquivistas [são apenas oito em toda a Universidade], apoio técnico, sensibilidade dos gestores às ponderações do corpo técnico e mais franqueza na comunicação e autocrítica por parte de gestores e docentes. Bibliotecária da Escola Politécnica, Flávia Bulhões observou que a falta, por exemplo, de um sistema eficaz de atualização das bibliografias dos cursos faz, muitas vezes, a Universidade comprar livros desatualizados ou mesmo desnecessários. "Falta de qualidade de dados gera desperdício de dinheiro", alertou.