Para que as universidades brasileiras passem a frequentar mais e melhor os rankings internacionais de qualidade, o Ministério da Educação está preparando um plano para aumentar a quantidade de publicação de brasileiros em meios científicos. "Estamos terminando um estudo aprofundado dos rankings para potencializar a participação das federais brasileiras", diz Luiz Cláudio Costa, secretário de Educação Superior do ministério. Conforme a Folha publicou ontem, a ciência brasileira amarga posições ainda inexpressivas nos rankings internacionais mais renomados do mundo. A intenção do MEC é começar o projeto com as universidades federais mais reconhecidas, com os cursos mais tradicionais de graduação e pós, injetando recursos específicos para pesquisa. "Vamos fomentar a publicação e a citação. Citação se faz por meio de intercâmbio de acadêmicos e estudantes, incentivando trabalhos conjuntos com universidades internacionais", afirma ele.
Para o secretário, a desvantagem do país é muito clara. Na lista dos pesquisadores mais citados do mundo, ele diz haver em torno de cinco brasileiros, ao passo que a Universidade Harvard (EUA) tem uma centena. "Existem revistas científicas altamente conceituadas, como a "Nature". Por ano, temos uma média de três a quatro [artigos publicados por pesquisadores brasileiros]", exemplifica. Segundo Costa, o principal problema hoje das instituições brasileiras é reconhecimento, e não exatamente produção. Para justificar sua afirmação, ele cita um estudo da Unesco em que o Brasil é o 13.º maior produtor do mundo de ciência nova.
Costa considera que os rankings internacionais têm problemas metodológicos, mas reconhece que eles são, no mínimo, coerentes. "Os rankings têm muitos questionamentos, mas as universidades mais bem avaliadas são as que mais contribuem para o avanço da humanidade", afirma o secretário. Ele diz "olhar com mais carinho" o THE (Times Higher Education) e o recém-criado QS. Na última edição do THE, divulgada no mês passado, o país era o único Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) que não tinha nenhuma instituição entre as cem melhores.