A Universidade Federal da Bahia vem a público expressar indignação ante o assassinato da líder religiosa e ativista social Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete.
Líder do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Mãe Bernadete tinha destacada atuação na luta das comunidades remanescentes de quilombolas pelo acesso à terra. Com 289 famílias, assentadas sobre 854,2 hectares, o território do quilombo ainda não foi titulado, apesar de já ter sido reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde 2017 e de a comunidade possuir certificação da Fundação Palmares - o que torna a área vulnerável e, consequentemente, alvo de cobiça violenta e inescrupulosa. A ativista lutava também pelo esclarecimento do assassinato de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, brutalmente executado em 2017, também na área do quilombo.
A crueldade com que Mãe Bernadete, de 72 anos, teve sua vida ceifada, com disparos à queima-roupa, torna o crime ainda mais bárbaro e exige rápida e firme resposta das autoridades, na identificação e punição aos responsáveis; mas também da sociedade, em forma de mobilização e reafirmação da luta por paz e pelo direito à terra, contra o racismo e a intolerância religiosa.
Enlutada, a UFBA se solidariza aos familiares, amigos e admiradores de Mãe Bernadete.