A Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia apresenta a sua nova diretoria, em sessão solene marcada para dia 14 de agosto, às 17 horas, no Salão Nobre da Reitoria, no Canela. A primeira unidade de ensino médico do Brasil, fundada em 1808, elegeu para diretor e vice, respectivamente, os médicos e professores Antonio Alberto da Silva Lopes e Eduardo Borges dos Reis. O reitor Paulo Miguez deu posse à nova diretoria no último dia 24 de junho, na Sala dos Conselho desta universidade.
Antonio Aberto Lopes, graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, é clínico, nefrologista e também PhD em ciência epidemiológica e mestre em saúde pública pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Na UFBA, além de professor desde 1980, já ocupou os cargos de pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, coordenador do Programa de Medicina e Saúde e chefe do Núcleo de Medicina Baseada em Evidências do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes). Também é pesquisador do CNPq e membro titular da Academia Bahiana de Medicina, ocupando desde 2019 a cadeira de número 23.
O vice-diretor Eduardo José Farias Borges dos Reis, além de graduado em Medicina pela UFBA, também obteve nesta universidade os títulos de Mestre em Saúde Pública e de Doutor. Professor Titular da FMB desde 2020, desenvolve pesquisas na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Saúde do Trabalhador, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde do trabalhador, saúde e trabalho, saúde do professor, condições de trabalho e saúde dos operadores de telemarketing. Desenvolve atividades de extensão em bairros populares de Salvador e em ambulatório de Medicina do Trabalho. Também é coordenador da Residência Médica de Medicina do Trabalho.
Entre os desafios já anunciados pelos novos gestores estão a criação de um centro de pesquisa internacional voltado para saúde das populações negra e indígena, melhorias pedagógicas e integração das pós-graduações. A criação do Centro Internacional de Estudo e Pesquisa da Saúde das Populações Negra e Indígena está entre os principais projetos da nova gestão da FMB. “A ideia é, a partir da criação desse centro, integrar pesquisadores brasileiros e de centros de pesquisa estrangeiros com foco em doenças com maior prevalência e gravidade nesses dois grupos. Além disso, é objetivo do centro promover maior envolvimento dos programas locais de pós-graduação com linhas de pesquisas e teses de doutorado voltados para problemas de saúde que atingem predominantemente as populações negras e indígenas.
Um outro resultado esperado do centro é o intercâmbio estudantil de mão dupla. Na lista das enfermidades objeto de pesquisa estarão a anemia falciforme, hipertensão arterial, doença renal crônica e acidente vascular cerebral”. Antonio Alberto considera incluir também trabalhos envolvendo comunidades de marisqueiras entre os grupos a ser estudados considerando relatos de lesões relacionadas à atividade e também intoxicações. “Já no caso da população indígena, podemos integrar pesquisadores em torno da malária, tuberculose e desnutrição, por exemplo”, completou.
O professor expressa que ficará profundamente gratificado como diretor da Faculdade de Medicina da Bahia se, além de contribuir para aprimorar o ensino, pesquisa e extensão, puder inspirar jovens com origem e ancestralidade semelhante à sua a alcançar, por mérito e competência, posições proeminentes como médicos, pesquisadores ou gestores.