A implantação de um fórum permanente para discussões sobre elaboração de políticas necessárias aos cuidados com a saúde de todos os trabalhadores da Universidade foi a deliberação mais importante entre as discussões tratadas na mesa “Princípios e diretrizes para uma política de saúde para os trabalhadores da UFBA”, que reuniu diversos trabalhadores, na manhã do domingo (17/07), do Congresso da UFBA. De acordo com a pró-reitora de Desenvolvimento de Pessoas (PRODEP), Lorene Louise Pinto, coordenadora da mesa proposta pela PRODEP “a discussão não encontrou divergências, pois todos concordam que é preciso olhar mais para a saúde das pessoas que trabalham na UFBA – servidores docentes, técnicos-administrativos e terceirizados”.
Ela enfatizou que “a partir do fórum vamos ampliar a discussão, pois estamos começando, juntos, essa batalha”. Com o debruçar sobre o tema, dando-lhe a importância que merece, será possível analisar suas especificidades, fazer pesquisas e traçar diretrizes para construir redes de cuidado e atenção; trabalhar a saúde da promoção à reabilitação e rediscutir o papel do Serviço Médico Universitário Rubens Brasil (SMURB) e a necessidade de sua reestruturação, enfatizou Lorene.
Momento convergente
O evento foi um momento importante e de convergência entre os participantes, pois é necessário ter políticas de saúde para quem faz a UFBA. O professor Paulo Pena defendeu que é preciso dar ênfase na promoção e prevenção, sobretudo, por conta do avanço na precarização das relações de trabalho. Além desses desafios, ele também considerou que não se deve permitir que as conquistas da UFBA nessa área, sejam desestabilizadas.
O fato da Universidade não ter um estudo para identificar o adoecimento na comunidade universitária, a fim de oferecer soluções, foi pontuado pelo coordenador geral da Assufba, o técnico-administrativo, Renato Jorge. Segundo ele, “a invisibilidade acontece, muitas vezes, em função da falta de pesquisa”. Renato chamou atenção para as condições de trabalho precarizadas com a chegada da Ebserh.
A diretoria do Serviço Médico Universitário Rubens Brasil (SMURB), Ana Márcia Duarte, falou sobre o trabalho desenvolvido pelo setor, que atualmente assiste 47.080 pessoas. Segundo ela, os servidores ocupam as primeiras posições no ranking de afastamentos por saúde mental. E para este ponto, a pró-reitora Lorene Pinto, salientou que empreenderá esforços para que os dois CAPS, o CETAD e o SMURB atuem juntos em rede, em prol da saúde mental de todos os trabalhadores da UFBA.
O coordenador da Assufba, Renato Jorge, acredita ser necessário um debate sincero e claro sobre diversas questões, como estrutura e financiamento do SMURB, impactos da Ebserh e condições de trabalho, a fim de que a Universidade seja aberta para todos. A representante da coordenação de Saúde do Trabalhador da Assufba, Almira Rosário, pontuou os obstáculos para a promoção de assistência à saúde do trabalhador, mas ressaltou propostas para formulação de uma política na área.
Entre os anseios da categoria apresentados por Almira, a expansão das especialidades do SMURB; implementação do projeto Qualidade de vida do TAEs Ativos e Aposentados da UFBA; promoção de política clara de reabilitação funcional, além da disposição de espaços e atividades esportivas e culturais para os funcionários, como forma de promoção de saúde.
*Esse texto contou com algumas informações e foto da Assufba.