Coordenadores dos oito Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) da UFBA reuniram-se, na manhã deste sábado (16/07), para apresentar seus objetos de estudos, trocar experiências e discutir estratégias de apoio institucional a fim de minimizar os entraves burocráticos na liberação dos recursos pelo governo federal. Eles propõem uma maior visibilidade das pesquisas desenvolvidas, dentro e fora da comunidade universitária. O fórum, promovido pelo congresso em comemoração aos 70 anos da UFBA, foi conduzido pelo pró-reitor de Pesquisa, Criação e Inovação, Olival Freire.
Os INCTs da UFBA foram contemplados entre os 252 projetos aprovados na chamada nº 16/2014 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a qual concorreram 345 propostas. Vale ressaltar que a UFBA foi a sétima universidade a emplacar maior quantidade de projetos, boa parte deles muito bem classificados. A diversidade de temas e a quantidade de instituições de fora envolvidas nos projetos baianos evidencia a competência e capacidade de articulação dos pesquisadores da UFBA.
Dentre os temas e seus coordenadores estão: Carlos Brites(Coorte Brasileira em HIV-AIDS); Charbel El-Hani (Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução); Edgar Marcelino (Doenças Tropicais); Jailson Bittencourt (Energia e Meio Ambiente); José Maria Landim (Meio Ambiente Marinho Tropical); Milton Porsani (Geofísica de Petróleo); Naomar Almeida (Saúde) e Wilson Gomes (Democracia Digital).
INCTs são núcleos de excelência que reúnem os melhores grupos de pesquisa nas áreas de fronteira da ciência e assuntos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país. De acordo com Olival Freire, a magnitude dos projetos envolve um novo desafio para a UFBA. Ele acredita que “uma criteriosa articulação entre diversas instâncias da universidade é capaz de viabilizar um maior espaço institucional para os projetos, realizando também, atividades de extensão e conduzindo alunos de graduação, mestrado e doutorado para os caminhos das pesquisas relacionadas aos temas de cada INCT”.
“A UFBA precisa ter uma atitude mais proativa, particularmente, com apoio administrativo, que foi o ponto discutido e que chamou mais atenção. Evidentemente, temos que buscar uma solução para este problema”, afirmou o pró-reitor. Segundo ele, outra questão que deve ser tratada é “o que muda para a UFBA com a presença desses oito INCTs”. Para ele, a instituição se consolida como um pólo de excelência nas regiões Norte e Nordeste do país e para reforçar nossos alicerces devemos investir na difusão e divulgação dos resultados de pesquisas e suas aplicações possíveis na vida dos cidadãos, disse.
O atraso na liberação de recursos pelo CNPq também figura como uma grande preocupação dos pesquisadores que tiveram suas propostas de INCT renovadas. Para tanto, uma possível solução foi sugerida pelo professor do Instituto de Biologia, Charbel El-Hani, ao propor que a UFBA estabeleça um acordo com a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (FAPEX), tendo em vista a criação de um escritório especial de apoio a estes centros. “Esta parceria me parece altamente viável, pois precisamos de apoio técnico especializado a fim de seguir nossos cronogramas e tentar alcançar os resultados prometidos”, argumentou.
Novas fronteiras – A aprovação de um INCT em Democracia Digital foi considerada uma grande conquista para os pesquisadores da área. Este é o único instituto no campo da Comunicação, existente no país. O projeto, coordenado pelo professor Wilson Gomes, tem uma linha de pesquisa voltada para as tecnologias da informação e da comunicação com foco nos seus efeitos sociais e democráticos.
De acordo com Wilson Gomes, este campo recebe muitas propostas de apoio a projetos provenientes de organismos multilaterais, como o Banco Mundial, a União Europeia, a ONU e Unesco, que incentivam o desenvolvimento de plataformas de aplicativos com soluções para melhorar a democracia por meio das tecnologias. “Não podemos esquecer, por outro lado, que o Brasil foi signatário da iniciativa liderada pelo presidente Obama para a transparência das ações dos governos no mundo. Então, o nosso INCT foi uma espécie de resposta institucional a estas demandas”, concluiu