A Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba) e as Edições l´Harmattan realizam nesta sexta-feira (10 de agosto) o lançamento do livro “Visões do Brasil - estudos culturais em geografia”, organizado por Francine Barthe-Deloisy e Angelo Serpa. Os autógrafos serão concedidos a partir das 19h, no Solar do Ferrão, rua Gregório de Matos, Pelourinho, como atividade do VIII Enecult. Resultante de uma parceria editorial entre a Edufba e as Edições L’Harmattan, esta obra é a tradução para português dos artigos que compuseram o número especial da revista francesa Géographie et Cultures, intitulado Vu du Brésil, lançado no verão europeu de 2011, na França. Explora a dinâmica da pesquisa em Geografia Cultural desenvolvida no Brasil, bem como questionamentos que permeiam esta produção, ainda pouco conhecida na França. Temas como hibridismo cultural, transculturação, multiterritorialidade, “maritimidade”, fronteiras sociais e territoriais, assim como temáticas específicas do contexto cultural brasileiro – o futebol, as festas juninas, a capoeira e o fandango – são abordados com o objetivo de aquecer o debate acerca da questão identitária brasileira.
Paul Claval abre o livro “Visões do Brasil - estudos culturais em geografia”, apresentando o estado da arte das pesquisas em Geografia Cultural no país. Em seguida, Rogério Haesbaert vai problematizar dois pares de conceitos e sua operacionalização em Geografia, hibridismo/transculturação e multi/transterritorialidade; e Sylvio Fausto Gil Filho vai se interrogar sobre os aportes teórico-metodológicos da obra de Ernst Cassirer para os estudos culturais em Geografia. Os capítulos que se seguem vão abordar temáticas específicas do contexto cultural brasileiro: Gilmar Mascarenhas propõe uma reflexão original sobre o futebol no Brasil através da análise das paisagens produzidas pelo esporte, assim como das questões identitárias subjacentes a esta prática. Seu estudo tem como objeto os dois grandes clubes de futebol de Porto Alegre (RS); Eustógio Dantas nos leva à região Nordeste para apresentar a evolução do conceito de “maritimidade” entre os povos indígenas e seus descendentes no Ceará. Suas pesquisas mostram que um sentido novo para a noção de “maritimidade” é incorporado progressivamente ao imaginário turístico das populações urbanas nordestinas; Janio Roque Barros de Castro se debruça sobre outros aspectos do Nordeste brasileiro, revelando uma faceta mais folclórica e mística da região, a partir de um estudo de caso em Cachoeira (BA). Trata-se das festas juninas e de sua evolução através dos tempos; Angelo Serpa, Henrique Araújo e Sérgio Borges vão tratar das relações entre Capoeira e internet, revelando os bastidores dessa arte que é, ao mesmo tempo, esporte, dança e luta. Seu objetivo é o de compreender as relações entre a Capoeira e o universo virtual da internet a partir da análise dos diferentes grupos e comunidades nos bairros de Salvador. Finalmente, dois estudos de caso fecham o livro: Maria Geralda de Almeida vai aprofundar a noção de fronteira social e territorial, abordando o exemplo da construção do complexo hidrelétrico da Serra da Mesa e de seus impactos sobre a paisagem do Estado de Goiás; Salete Kozel e Marcos Alberto Torres propõem uma leitura sensível da paisagem sonora da Ilha de Valadares, nos fazendo descobrir, através das percepções e memórias dos músicos do fandango, os elementos que compõem o universo simbólico do lugar onde vivem.
Mais detalhes sobre a atividade no site da Edufba: