Através da mesa temática “Mulheres na Universidade - protagonismo feminino e empoderamento nos 70 anos da UFBA”, o Congresso da UFBA dará destaque à contribuição das mulheres para o desenvolvimento da instituição nas diversas áreas do conhecimento, com trajetórias de êxito na gestão, ensino, pesquisa e extensão. Será uma oportunidade também de pautar avanços e retrocessos sobre o direito das mulheres, contrapondo-se ao conservadorismo que insiste em permanecer nos dias atuais. Esse tema esteve presente desde a criação da universidade e envolve questões como a luta pela equidade de gênero e uma sociedade mais justa.
A mesa temática foi proposta pela professora Iole Vanin, que responde pela coordenação de ações afirmativas, educação e diversidade da pró-reitoria de assistência estudantil, e por Suani Pinho, professora do Instituto de Física e chefe do gabinete da reitoria. “O objetivo é dar visibilidade a personagens e momentos importantes na trilha do empoderamento feminino na universidade. Discutir a presença das mulheres nas várias atividades profissionais e acadêmicas é uma demanda que fica evidente através das muitas mesas do congresso que serão dedicadas ao tema”, destaca Suani, que cita o exemplo de estudos sobre a participação feminina nos diversos campos do saber, entre as quais o de Ângela Freire, na Biologia, e de Leopoldina Menezes, na Matemática. Ela, inclusive, é organizadora de livro “Mulheres na Física”, que aborda a presença feminina na área das ciências exatas.
Eliane Azevedo, a primeira reitora da UFBA (1992-93), e Evelina Hoisel, atual presidente da Academia de Letras de Bahia – e também primeira mulher a presidir a instituição, participam da mesa junto com as coordenadoras de três expressivos grupos que atuam na universidade com o foco nas questões de gênero. São elas, Rosângela Araújo, do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM); Estela Aquino, do Programa de Estudos Integrado em Gênero e Saúde (MUSA); e Sílvia Lúcia Ferreira, do Grupo de Estudos de Saúde da Mulher (GEM).
Iole pontua o investimento da UFBA em uma agenda que contempla as questões de gênero e destaca a realização de debates e oficinas sobre o tema, além do apoio a uma série de eventos como o Encontro de Mulheres da UFBA, promovido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), e o Março Lilás, que marca o mês internacional da Mulher. “É necessário, ainda hoje, enfrentar valores patriarcais que motivam atitudes discriminatórias. Ações de combate ao machismo e à violência contra a mulher são fundamentais. A Universidade tem o papel de fazer o enfrentamento dessa cultura, que acaba se refletindo em todas as áreas”, afirma.
Durante o encontro, será apresentado o projeto do catálogo biográfico que reunirá os nomes de 70 mulheres que protagonizaram experiências marcantes na história da universidade, desenvolvido sob a coordenação de Maria Hilda Paraíso, diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH-UFBA). O catálogo reunirá 70 verbetes – numa alusão à data comemorativa – para evidenciar as contribuições científicas, culturais e políticas de docentes, funcionárias técnico-administrativas e alunas da instituição.