O Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão da UFBA promoverá debates, estudos, pesquisas e apresentações artísticas, mas também será um espaço de celebração, resistência e luta em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Já no primeiro dia, 16 de outubro, durante o Ato de Abertura do Congresso, manifestações artísticas, políticas e culturais darão o tom do evento. O Tesourômetro – painel eletrônico que denuncia, em tempo real, o impacto dos cortes desde 2015, cifra que já ultrapassa 12 bilhões de reais – também será inaugurado em frente à reitoria da UFBA.
“O ato expressa muito do que vamos ver no Congresso, evento que pode ser considerado, por inteiro, uma celebração da universidade, da pesquisa feita com qualidade, e da defesa e preservação dessa instituição que tem valores universais, produção do conhecimento desimpedida, pensamento crítico, liberdade e democracia”, afirma o reitor João Carlos Salles.
O Ato começa às 15h e englobará a 3ª mostra gráfica do acervo da Escola de Belas Artes, a exposição da maquete da UFBA, apresentação da Oficina de Frevos e Dobrados, com regência do maestro Fred Dantas, performance do premiado violonista Mario Ulloa e do coral da Escola de Música (EMUS), com regência de José Maurício Brandão, diretor da EMUS. Alabês – responsáveis pelos toques, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados do candomblé – também irão saudar o Congresso, sob coordenação de Iuri Passos.
Integrando a programação de abertura, a instalação do tesourômetro faz parte da campanha nacional “conhecimento sem cortes”, que tem o objetivo de garantir o funcionamento das instituições públicas de ensino superior, pesquisa, tecnologia e humanidades. A mobilização é motivada pela redução drástica do orçamento para pesquisa e educação, que se revela o mais baixo dos últimos 12 anos. A campanha conta também com uma petição online, que já registra mais de 80 mil assinaturas.
“O objetivo maior da campanha é o esclarecimento da população sobre a importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento do nosso país e para a soberania nacional, elementos que impactam a vida de todos, não apenas de pesquisadores e estudantes”, diz a presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), Luciene Fernandes.
A reitoria da UFBA, o Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais no Estado da Bahia (Assufba) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFBA coordenam a ação. “É do interesse de toda a comunidade universitária defender a universidade pública de qualidade”, comenta a presidente da Apub. A instalação do painel contará também com a presença do presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ildeu Moreira.
Na opinião do reitor, os cortes nas áreas de educação e pesquisa afetam seriamente um projeto nacional. “Nós estamos lutando com nossas condições próprias para preservar e garantir a pesquisa na universidade, mas certamente projetos de longo alcance podem ser prejudicados. Áreas de ponta podem deixar de ser competitivas internacionalmente e eficazes na produção do conhecimento e do interesse da sociedade. Então, o cenário enseja todo o cuidado e toda a resistência, por isso temos que chamar a atenção não só da comunidade universitária, mas da sociedade como um todo, do que pode estar em jogo e em risco nesse momento”, alerta o reitor.
Ainda no primeiro dia de evento, 16, começa o credenciamento para os participantes, na Biblioteca Universitária de Saúde (BUS), campus Canela. Inscrições para ouvintes continuam abertas até o encerramento do Congresso, no dia 18.
A programação completa está disponível no site do Congresso.