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Ato celebra instalação do Instituto Confúcio na UFBA

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O ato de instalação do Instituto Confúcio (IC) na Universidade Federal da Bahia foi realizado no Salão Nobre da Reitoria, no dia 11 de setembro, celebrando a parceria entre a UFBA e a Universidade de Xangai, que vai promover o ensino da língua e cultura chinesas, estimular o intercâmbio de estudantes e professores e o desenvolvimento de pesquisas e projetos conjuntos entre as instituições de ensino do Brasil e da China.

O reitor Paulo Miguez anunciou “com imensa alegria e satisfação” o início das atividades do Instituto Confúcio na Universidade. Destacou que o Instituto estará sediado no Centro de Estudos Afro-Orientais (Ceao), contribuindo para a consolidação desse importante órgão, “estreitando laços com o continente asiático e, consequentemente, ajudando a reafirmar o protagonismo que o mundo espera do Brasil no cenário internacional”.

“Relações bilaterais fraternas com organismos culturais estrangeiros instalados na Bahia são uma tradição da UFBA”, disse Miguez, citando parcerias já estabelecidas com o Instituto Cervantes (Espanha), Goethe-Institut (Alemanha), Aliança Francesa (França) e ACBEU (Estados Unidos). A aproximação com a cultura chinesa vem, portanto, ampliar o leque e o alcance de nossas relações com o mundo. Na medida em que se aproximem do idioma e da cultura chinesas, nossos estudantes e pesquisadores certamente aumentaram as suas possibilidades de empregabilidade e cooperação científica com esse que atualmente é um dos principais parceiros internacionais de nosso país”, acrescentou.

O vice-reitor da Universidade de Xangai, Ouyang Hua, ressaltou que a instituição possui excelentes recursos de ensino e experiência na formação de estudantes internacionais desde a década de 1960. Também está entre as melhores universidades do mundo e oferece uma gama completa de disciplinas, incluindo ciências, humanidades, ciências sociais, economia e gestão, engenharia e artes.

Nos últimos anos, o número de estudantes internacionais na Universidade de Xangai cresceu a uma taxa de quase 10% ao ano, registrando 2.837 estudantes internacionais matriculados em 2022, apontou Ouyang Hua. A instalação do IC na UFBA, conforme avalia, será “uma ponte para o intercâmbio cultural e elo de amizade. Através de esforços conjuntos, podemos aprofundar ainda mais a compreensão mútua e a amizade entre os povos da China e do Brasil, e promover a cooperação e o desenvolvimento na educação, ciência, tecnologia e economia entre os dois países”.

“Como uma das universidades públicas mais importantes do Brasil, a UFBA possui excelente força acadêmica e abundantes recursos de ensino. Nossas universidades têm complementaridades sólidas e disciplinas vantajosas e grande potencial para intercâmbios acadêmicos e cooperação internacional em pesquisa científica”, acrescentou.

O cônsul da Embaixada da China no Brasil, Wang Zhiwei, leu a mensagem de congratulação à UFBA, enviada pelo embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, que expressa felicitações “por esse marco significativo” que resulta da instalação do IC na UFBA, destacando que a visita realizada a China pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em abril deste ano, inaugurou uma nova era nas relações entre os dois países. Por fim, a mensagem deseja que o Instituto Confúcio na UFBA “se firme como novo símbolo da amizade sino-brasileira e novo exemplo do intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente”.

 

 

Wanh Zhewei apontou o novo instituto como resultado dessa cooperação internacional estabelecida entre os dois países. Atualmente, mais de 100 instituições de ensino superior chinesas oferecem cursos de língua portuguesa. O país registra de mais de 1 mil estudantes brasileiros em instituições de ensino superior no país, que conta também com 17 centros de pesquisa latino-americanos em suas universidades, contemplando estudos sobre o Brasil.

Conforme observa o cônsul, à medida que as relações bilaterais se aprofundam e são consolidadas, há uma crescente demanda por profissionais que entendam as duas culturas e falem os dois idiomas, contribuindo para a melhoria da qualidade dos intercâmbios educacional. “A embaixada da China no Brasil está disposta a servir como um intermediário para cooperação educacional entre os dois países, fornecendo apoio e promovendo o desenvolvimento de alta qualidade dos intercâmbios educacionais China-Brasil”.

Segundo a diretora brasileira do Instituto Confúcio na Universidade, Elsa Kreychete, a iniciativa estabelecida através da parceria com a Universidade de Xangai, “representa para a UFBA mais um passo na consolidação da amizade entre os povos, entre todos os povos”. A diretora ressaltou a sintonia dessa iniciativa com a atual política externa brasileira, que está “lastreada no multiculturalismo, na democracia e autodeterminação dos povos”, na busca por “consolidar arranjos para uma conformação geopolítica mais inclusiva”.

O diretor chinês do Instituto Confúcio na UFBA, Kun Zang, destacou que “a busca pelo multilateralismo é um desejo compartilhado pela grande maioria das pessoas que amam a paz e aspiram o desenvolvimento, incluindo os povos da China e do Brasil”. Ele destacou as contribuições que são esperadas a partir da parceria que resultou no Instituto, fortalecendo as relações entre os dois países.

Em sua participação, citou palavras do filósofo chinês Confúcio (551- 479 a.C.), que dizem que “ensinar é também apreender”. Assim, enfatizou as trocas de conhecimentos entre os professores chineses que ensinam o idioma em países estrangeiros e, por outro lado, têm a oportunidade conhecer sobre as demais culturas, como é o caso da diversa cultura brasileira.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, Ângelo Almeida, que representou o governador Jerônimo Rodrigues no ato de inauguração, afirmou que a China é a principal parceira econômica do Brasil e também da Bahia, e ressaltou as contribuições da cultura milenar chinesa. Conforme a sua avaliação, a parceria firmada vem fortalecer os laços entre os dois países a partir da cultura, da ciência e da tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento do Estado. Por fim, celebrou “a relação de irmandade que os povos baiano e chinês estão construindo ao longo da jornada”.

O chefe do Escritório de Cooperação Internacional da Prefeitura de Salvador, João Victor Oliveira, que representou no evento o prefeito Bruno Reis, destacou a crescente aproximação da China com o Estado da Bahia para o desenvolvimento de projetos em diversas áreas que impactam diretamente na capital Salvador. “É uma grande oportunidade para que a população soteropolitana tenha acesso a cultura chinesa e ao idioma, mas também para que a população chinesa conheça mais sobre a cultura de Salvador”, disse ele sobre a instalação do IC na UFBA, desejando que possam haver cada vez mais iniciativas para o intercâmbio entre as duas nações.

O vice reitor da UFBA, Penildon Silva Filho, ressalta a contribuição da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex) para vinda do IC para a universidade: “A Fapex foi fundamental para a instalação do Instituto Confúcio na UFBA. A Fundação sempre foi nossa parceira nos projetos de pesquisa e extensão e no apoio às atividades da UFBA, e continua desempenhando esse papel com muita competência. Temos que agradecer, especialmente agora no momento que a Fapex amplia inclusive o escopo de atividades e apoios que têm dado não somente para a instalação do Instituto, mas também para o término de algumas obras na UFBA, reforma de laboratórios e de instalações ligadas à pesquisa, extensão e o patrimônio cultural. Então temos mesmo que saudar a fundação”.

Durante a cerimônia foram realizadas diversas apresentações artísticas e culturais dos dois países e exibidos vídeos com mensagens de felicitações enviadas pelo diretor da Fundação de Educação Internacional Chinesa (CIEF), e por membros de outros Institutos Confúcio ao redor do mundo, desejando sucesso ao Instituto recém-inaugurado na Bahia.

 

Sobre o Instituto Confúcio

O Instituto Confúcio (IC), que faz parte da Fundação de Educação Internacional Chinesa (CIEF), é viabilizado através da parceria entre uma universidade da China e uma universidade em outro país, com o objetivo de promover o ensino da língua e cultura chinesas. O Instituto é composto de um rede internacional de mais de 500 unidades presentes em 146 países.

Existem atualmente no Brasil 12 desses institutos instalados em Universidades: Universidade Federal Fluminense(UFF), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade do Estado do Pará (UEPA), Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO) e Universidade Federal de Goiás (UFG).

O Instituto Confúcio na UFBA é dirigido pela professora da UFBA Elsa Kraychete, e pelo professor Kun Zhang, da Universidade de Xangai, e terá como sede o Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), que funciona no Largo 2 de Julho, em Salvador. O plano de funcionamento da instituição prevê o ensino da língua chinesa, com formulação de recursos didáticos, além da formação de professores de língua chinesa e realização de exames de língua chinesa e de certificação de professores de chinês com a coordenação do pessoal indicado pelo IC em seu país sede. No Brasil, o referido instituto é o órgão autorizado pelo governo da China a aplicar os exames de proficiência de língua chinesa (HSK, HSKK e YCT).

Instituto Confúcio vai fomentar também o intercâmbio acadêmico e cultural, com debates sobre temas contemporâneos no mundo, seminários e cursos de formação sobre a cultura e história chinesas; assim como encontros e formações sobre relações internacionais e política internacional, exposições de arte e apresentações artísticas chinesas e brasileiras.

De acordo com o vice-reitor da UFBA, Penildon Silva Filho, os seminários acadêmicos em áreas científicas e culturais visam a aproximação entre professores, estudantes e pesquisadores das duas universidades em áreas como Relações Internacionais, História, Literatura e Ciência Política, Meio ambiente e Sustentabilidade, Engenharia, Cinema e Audiovisual, Medicina e Educação.

“Entendemos que uma boa parceria no campo da pesquisa e da extensão pode ser com o investimento conjunto das duas universidades nessas atividades, tanto de promoção de pesquisas e extensão com editais para apoio a projetos, como busca de recursos para a concretização de debates, seminários, apresentações artísticas, grupos de pesquisa”. afirma o vice-reitor.

“O IC na UFBA inovará ao estimular uma troca cultural e a promoção de artistas entre os dois países, apoiando a economia da cultura e projetos artísticos conjuntos de caráter amplo, para serem apresentados às populações do Brasil e da China”, acrescenta Penildon, que ressalta que UFBA também contará com um Centro de Pesquisas China-América Latina, que está sendo planejado a partir da parceria estabelecida.

O vice-reitor da UFBA defende que interessa ao Brasil um mundo multipolar, pacífico, que tenha como prioridade a inclusão social e a superação da miséria e da pobreza extrema: “Essa relação multipolar internacional deve ser econômica, mas para ser completa precisa ser social, cultural e educacional, e a Universidade Federal da Bahia dá mais uma contribuição nesse sentido, ao lado de várias outras ações de internacionalização do seu ensino, da sua pesquisa e da sua extensão, com a criação do Instituo Confúcio na Bahia”.