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“A universidade é o lugar para a formação do professor”, afirma Nóvoa em palestra

António Sampaio da Nóvoa, da Universidade de Lisboa

Diante de uma escola normal em transição e com perspectivas de mudanças consideráveis, nos próximos anos, a necessidade de fortalecer o compromisso da universidade com a formação de professores e a profissão do professor, foi defendida pelo professor da Universidade de Lisboa,  António Sampaio da Nóvoa, durante a conferência internacional “A Universidade e a Educação Básica – falando da formação de professores”, apresentada como aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFBA, na manhã desta quinta-feira (08/07), no Salão Nobre da Reitoria da UFBA.

De acordo com Nóvoa, “o lugar de formação do professor é a universidade e a mesma precisa ter um compromisso com a formação de uma base científica para a formar esses profissionais, assim como tem para a formação de médicos, engenheiros e outras carreiras”.  Para o docente da universidade portuguesa, a profissão de professor também é baseada no conhecimento, por isso sua formação deve acontecer na universidade, valorizando o processo de construção profissional desde os anos iniciais.

Mais do que formar e valorizar a profissão de professor, Antonio Nóvoa entende que a maior tarefa da universidade é formar professores para a educação básica, que estejam comprometidos com as causas sociais e possíveis transformações na sociedade, através do ensino.  Em sua visão, “há muito tempo que a universidade tradicional se distanciou dessa missão e é preciso refletir sobre isso, a fim de virar-se para o mundo externo, já que a academia precisa recuperar seu papel de centro da vida econômica e cultural.

Nesta linha de raciocínio, o reitor João Carlos Salles também destacou que a universidade precisa “recuperar sua aura e reinserir-se nos centros de debates dos grandes temas sociais” e uma grande oportunidade para tal, é o Congresso da UFBA que será realizado nos próximos dias 14 a 17/07.  Para Salles, uma aula inaugural com essa temática é a reflexão oportuna para colocar em pauta no início do semestre, pois “estamos cuidando do futuro dos que aqui se formam”.

Em meio à conscientização de que o momento é de mudanças expressivas na educação e que o papel do professor e da universidade precisa ser ampliado, a coordenadora do mestrado em Educação, Maria Roseli Gomes Brito de Sá, chamou atenção para a urgência da oportunidade, pois em sua visão “a educação brasileira está ameaçada diante de forças conservadoras e do recrudescimento de incentivos à pesquisa tecnológica, quando ainda há muito para investigar e para trazer contribuições ao nosso país”.  Parafraseando Nóvoa, a professora enfatizou que “somos uma instituição que transforma o passado em futuro”.

Confira aqui mais imagens sobre o evento.

  

Sobre o conferencista

António Sampaio da Nóvoa é doutor em Ciências da Educação (Universidade de Genebra) e História Moderna e Contemporânea (Paris-Sorbonne). Atualmente, é professor catedrático do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa e reitor da mesma universidade. É autor de mais de 150 publicações, entre livros, capítulos e artigos. Suas pesquisas incidem sobre história, psicologia da educação, educação comparada e formação de professores.