A Universidade Federal da Bahia vem a público expressar veemente indignação ante o bárbaro assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, por seguranças da rede de supermercados Carrefour em Porto Alegre. As imagens desse assassinato veiculadas pela imprensa denotam a brutalidade das ações que levaram à sua morte, evidenciando inaceitável crime de racismo.
A UFBA expressa também frontal discordância em relação às declarações dos dirigentes máximos do país a respeito dessa barbaridade, vez que, ao negar a existência do fenômeno sociologicamente demonstrado do racismo na sociedade brasileira, pretendem atirar o país a um caminho intolerável de negacionismo científico.
A existência do racismo como componente estruturante da sociedade brasileira, bem como a consequente exclusão de parte substancial de nossa população do pleno exercício de sua cidadania, são aspectos bem evidenciados nas melhores pesquisas das ciências humanas, sociais e da saúde, tendo alcançado consenso entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros após décadas de estudo sobre nossa sociedade.
A Universidade Federal da Bahia espera, portanto, que esse crime seja exemplarmente investigado, julgado e punido, motivando inclusive ações governamentais e da sociedade civil visando ao enfrentamento da discriminação racial. A UFBA reitera, assim, seus valores de instituição inclusiva e de excelência, reafirmando seu compromisso de combate a quaisquer formas de discriminação.
Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia, em 23 de novembro de 2020