Diante do corte de 20%, imposto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), às Bolsas de Iniciação Científica (IC), no momento do pedido de renovação, realizado pelas universidades brasileiras, neste mês de agosto, a UFBA resolveu assumir, mediante recursos de seu próprio orçamento, 118 bolsas de IC. De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, Criação e Inovação, professor Olival Freire, a decisão foi tomada com o objetivo de diminuir o prejuízo para a Iniciação Científica, já que a extinção das bolsas abalaria a continuidade das pesquisas e quebraria a relação de credibilidade que advém dos trâmites relacionados à publicação de edital, seleção pelos orientadores e divulgação de resultados.
O pró-reitor explicou que no momento em que a redução foi confirmada pelo CNPq, os estudantes de graduação selecionados para os vários projetos de pesquisas, até já tinham entregue a documentação necessária para a efetivação das bolsas previstas. E como não houve nenhuma indicação de reconsideração por parte da agência de fomento, apesar da reivindicação da Universidade (veja nota), a UFBA resolveu absorver as bolsas, contou Freire.
Mesmo com a certeza de que “a decisão foi acertada”, o professor Olival lamenta que implicará em remanejamento de verbas de outros projetos, pois o impacto de custear as bolsas, que individualmente custam R$ 400, será da ordem de R$ 47 mil por mês, durante os próximos 12 meses. Para o ano que vem, o docente espera que haja uma recomposição por parte das agências CNPq e FAPESB, pois, segundo ele, é impossível o desenvolvimento científico, se a “peneira” de novos talentos que é a iniciação científica, for negligenciada.
Bolsas
A UFBA, através do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) mantém 1300 estudantes de graduação bolsistas, sob responsabilidade do CNPq, FAPESB e da própria UFBA. Concretamente, a UFBA teve uma redução de 20% no número de suas bolsas CNPq – 118 bolsas a menos de um total de 510 existentes – apesar de ter recebido pareceres favoráveis de todos os avaliadores. Anteriormente, o mesmo PIBIC também já havia sofrido uma redução da ordem 40%, devido a cortes realizados pela FAPESB.