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Racismo e produção de saberes serão temas do Congresso da UFBA

Objetivo é repensar a universidade e sua diversidade

A mesa temática “Racismo, Diversidade e Produção de Saberes”, que integra a programação do Congresso da UFBA, visa a repensar a universidade, sua diversidade e a participação popular que realmente reflita a diversidade étnico-cultural do país. O debate reunirá os professores Molefi Kete Asante, da Temple University/USA, Andreia Beatriz, da Universidade Estadual de Feira de Santana, e a pró-reitora Cássia Virgínia Maciel, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A expectativa é de que essa discussão possa contribuir com a política de ações afirmativas da UFBA, especialmente no que se refere à atualização dos currículos e referências e a produção de novos saberes. A proposta da mesa temática ressalta que “dentro do Brasil, a Bahia merece especial destaque pela forte presença de marcadores de origem africana na sua composição demográfica e cultural”. O debate estará aberto a docentes, grupos de estudantes e movimentos sociais.

“O racismo ainda está muito presente nas instituições brasileiras, nos sistemas de saúde, judiciário, policial, etc.”, afirma o coordenador da mesa Gabriel Swahali, do núcleo de Raça e Etnia da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PROAE). Para ele é necessário pensar as ações afirmativas como uma política de Estado e investir nessas ações de forma sistemática, influenciando na construção de currículos e referências que permitam estabelecer como determinadas questões devem ser abordadas.

Molefi Asante é presidente e fundador do programa de estudo afro-americanos da Temple University, onde realiza pesquisas sobre civilização africana, instituições e movimentos afro-americanos. Premiado como professor e escritor, Asante participa de eventos em todo o mundo defendendo a teoria afrocêntrica, que, entre outras coisas, reivindica que os povos de origem africana assumam o protagonismo de suas próprias narrativas, com a produção e valorização de saberes que não são contemplados pela tradição eurocêntrica. Essa perspectiva é fundamental para afirmar identidades, culturas e histórias dos povos africanos e a sua importância para o desenvolvimento da humanidade.

Andreia Beatriz coordena a Campanha Reaja, que, segundo sua página reajanasruas.blogspot.com.br, tem a sua atuação voltada para denunciar o genocídio do povo negro, a brutalidade policial e a seletividade do sistema de justiça criminal, assim como lutar pela reparação aos familiares de vítimas do Estado, dos esquadrões da morte, milícias e grupos de extermínio.