As federais do Paraná (UFPR) e da Paraíba (UFPB) formalizaram recentemente sua adesão ao Reuni, somando-se às 35 das 54 universidades que já aderiram ao programa do Governo Federal. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o Reuni objetiva aumentar em cerca de 70% o número de matrículas, reduzir a evasão a 10% e ampliar a oferta de turmas à noite, além de flexibilizar a graduação, por meio da mobilidade estudantil. O Reuni faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril deste ano. A meta é que o número de estudantes nas federais passe dos atuais 579 mil para mais de um milhão, ao final de 2012. Caso as 37 universidades tenham seus projetos de expansão aprovados, já receberão recursos adicionais no primeiro semestre de 2008. A decisão do MEC sobre os projetos já enviados será anunciada até 7 de dezembro. Mais 16 universidades podem aderir na segunda fase, até 17 de dezembro. O Reuni conta com o apoio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), por considerar que o programação uma iniciativa para a consolidação do sistema federal de ensino superior e que a consolidação desse sistema passa pela sua expansão, com aprimoramento contínuo da qualidade, e pela busca constante da pertinência social das Ifes em suas atividades de ensino, de pesquisa e de extensão. A associação apresentou ao MEC propostas de normas de implementação ao Reuni, discutidas em agosto na reunião do Conselho Pleno da Andifes, fruto das discussões dos reitores e pró-reitores de diversas universidades. A diretoria da divulgou nota pública, no dia 31 de outubro, em que repudiou as invasões às reitorias das universidades devido à aprovação do projeto do Reuni nessas instituições. A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, considerou positivo o alto índice parcial de adesões das instituições de ensino superior ao Reuni. Embora crítica em relação ao tempo de debate dedicado ao projeto, ela declarou apoio ao programa por entender que muitos projetos enviados ao MEC incluíram sugestões do movimento estudantil, como construção de novas moradias e bandejões para apoiar os estudantes mais carentes. Essas medidas, comentou, ajudam a combater evasão, apontada como maior problema da universidade pública no Brasil. "Em média, apenas 40% dos que iniciam cursos estão concluindo", lembrou. A presidente da UNE disse que a entidade não aprova iniciativas de boicote ao Reuni, como as realizadas por estudantes na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nas últimas semanas. "Essa ampla mobilização dentro das universidades contra a aprovação do Reuni é uma mobilização de cunho essencialmente conservador, uma vez que são estudantes que já ingressaram na universidade pública e que se posicionam contrariamente à ampliação das vagas ofertadas por essa instituição". Para Lúcia, a expansão de vagas no ensino superior público é positiva porque vai ao encontro de algumas bandeiras historicamente defendidas pela entidade.