A Universidade Federal da Bahia recebeu com indignação a notícia da violência arbitrária sofrida pelo Professor Nilton de Almeida Araújo, no dia 28/11/2015, ao ser abordado pela Polícia Miliar na cidade de Juazeiro, Bahia, onde reside.
Nilton Araújo foi aluno da nossa universidade, onde obteve seu Mestrado, hoje é Professor da UNIVASF e Doutor em História pela UFF. O professor Araújo sofreu duramente a violência física e moral do racismo, quando foi arbitrariamente agredido, algemado, detido e conduzido em camburão à delegacia por soldados da Polícia Militar, durante uma ronda nas proximidades da sua residência, sob as vistas dos vizinhos - ao que tudo indica, como de costume, apenas porque é negro.
Acontecimentos como este juntam-se a tantos repetidamente noticiados e a tantos outros repetidamente omitidos e silenciados. De fato, a violência material e simbólica contra homens e mulheres negros ou pobres, sejam crianças, jovens ou adultos, é um dos mais vergonhosos e lamentáveis estigmas da sociedade brasileira. Mais do que reconhecê-la oficialmente, é preciso enfrentá-la vigorosamente, por um lado, manifestando-se e repudiando toda e qualquer ocorrência de racismo ou violência contra a população negra, por outro lado, tomando as providências práticas necessárias e cabíveis para que a situação seja investigada e responsáveis responsabilizados.
A UFBA, pois, manifesta a sua solidariedade ao professor Nilton de Almeida Araújo, protestando contra a violência arbitrária a que foi submetido, como também manifesta-se solidária a todos aqueles, conhecidos ou anônimos, que vêm sistemática e repetidamente sofrendo a violência material ou simbólica diretamente associada ou decorrente do racismo.