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Pesquisadores da UFBA debatem impactos da extinção do MCTI

Atividade integrou agenda nacional de mobilizações

Diante dos possíveis efeitos negativos que a fusão do Ministério da Ciência,  Tecnologia e Inovação (MCTI) com o Ministério das Comunicações pode causar para o desenvolvimento das ciências no Brasil e a realização de pesquisas na universidade, pesquisadores professores e estudantes, reunidos na manhã do dia 07/06, no Salão Nobre da Reitoria da UFBA, analisaram os impactos da medida, abrindo uma série de atividades que serão realizadas na UFBA e já acontecem em todo o país, contra a integração das pastas, que foi formulada pelo atual Governo Interino. 

Em unanimidade, as falas dos debatedores da mesa-redonda – composta pelo Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia e Professor da UFBA,  Manoel Mendonça Neto;  Professor da UFBA, Diretor da Fiocruz na Bahia e Ex-Diretor do CNPq, Manoel Barral Netto; professor do Instituto Federal da Bahia e Ex-Diretor da FINEP, Elias Ramos de Souza;  ex-reitora da UFBA, professora Dora Leal Rosa e o Professor da UFBA e Presidente da Academia de Ciências da Bahia, Edivaldo Boaventura – classificaram a extinção do MCTI como um equívoco para o avanço do conhecimento e apelaram para a necessidade dos pesquisadores promoverem ações para conscientizar a sociedade sobre a importância do MCTI e clamar pelo seu restabelecimento. 

O evento foi uma iniciativa conjunta da Universidade com APUB, DCE, Associação de Pós-Graduandos em consonância com entidades científicas como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e  a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais do Ensino Superior (ANDIFES).  O Reitor João Calos Salles reforçou o posicionamento da Reitoria da UFBA em relação à dissolução do MCTI (veja nota publicada anteriormente) e destacou que a discussão é importante porque “além de atingir pesquisadores docentes e estudantes, o que está em jogo é um projeto simbólico de como a sociedade brasileira pretende lidar com as ciências e com as universidades”.    

Retrocesso

A presidente da APUB, professora Cláudia Miranda, enfatizou que o fim do MCTI “afeta frontalmente a situação dos professores e estudantes pesquisadores e leva à fragilização da pesquisa na universidade, por isso, é preciso barrar esse projeto de retrocesso”.  A ex-reitora Dora Leal Rosa vê a situação como altamente comprometedora, já que as condições devem ficar muito mais complexas para a obtenção de equipamentos e condições para a realização dos projetos de pesquisa".  Além de classificar como uma medida equivocada, Dora leal também entende como um ato precipitado, pois em sua visão, “o Governo Interino não deveria realizar mudanças estruturais que impactem por décadas no desenvolvimento do país”.

Para o professor Elias Ramos de Souza, é “um retrocesso na história e uma falta de reconhecimento à posição estratégica que a ciência e tecnologia desempenham no mundo e podem impactar, também, nas atividades empresariais do país.  Por sua vez, o professor  Manoel Barral Netto, propôs que junto com a revitalização do MCTI, também é preciso rediscutir uma atuação relevante junto à comunidade científica e para que seja, realmente, mais ampla e abrangente em prol do fortalecimento das ciências no país.    O professor Edivaldo Boaventura lamentou a "experiência nacional tardia, marcada pelo subdesenvolvimento nas ciências" e sinalizou para a "realização de atividades concretas que tenham ressonância na mídia e em Brasília". 

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