Descobrir cientistas em potencial nas escolas da rede estadual de ensino na Bahia, além de disseminar o conhecimento científico entre os estudantes, é a proposta do projeto O cientista volta à escola, lançado oficialmente na quarta-feira (22), com a presença do secretário da Educação, Osvaldo Barreto, do Prof. Jailson de Andrade, do Instituto de Química da UFBA, entre outros docentes e estudantes do Colégio Estadual Governador Roberto Santos, localizado no bairro do Cabula. A iniciativa, que está em fase piloto, será desenvolvida primeiramente nessa unidade escolar e em uma outra a ser definida no município de Jequié. Em um primeiro momento, os estudantes dessas duas escolas participarão de palestras mensais com profissionais e estudantes do IQ-UFBA sobre temáticas do cotidiano, a partir do mês de outubro.
Em paralelo, vai ser desenvolvido o Programa de Vocação Científica (Provoc) com as temáticas: energia, ambiente, água, experimentos e alimentos. As disciplinas de física, química e biologia serão trabalhadas de forma integrada com as três séries do ensino médio a partir destas premissas. A proposta é escolher 100 alunos para desenvolver o trabalho com o auxílio de debates, aulas de laboratório e atividades complementares, como multimídia, jogos e feiras científicas. O laboratório de ciências do Colégio Roberto Santos está sendo reformulado para atender às novas demandas criadas pela iniciativa.
Segundo o secretário da Educação, a presença de pesquisadores da UFBA dentro do universo das escolas públicas estaduais faz com que o ensino seja ainda mais beneficiado. “A universidade também tem a responsabilidade de resgatar e fortalecer a qualidade da escola que, por muito tempo, foi preterida pelas elites. Eu acredito na escola e sei que podemos criar, juntos, um ambiente de construção interessante, a partir de projetos como O cientista volta à escola”, ressalta Osvaldo Barreto.
O Prof. Jailson de Andrade, docente do IQ-UFBA, ressaltou que a ideia é ampliar esse projeto para outras unidades do estado e do país. “Vamos trabalhar como os olheiros que buscam talentos nos times de futebol. Queremos interagir com estudantes da escola pública para encontrar estas revelações e ampliar o projeto para outras unidades. Trabalhamos com os conceitos de sustentabilidade, interdisciplinaridade e inovação. Precisamos entender que a educação é importante desde o ensino infantil até o pós-doutorado”, afirma o professor. Segundo a estudante Cátia Cristina, estudante do 1.º ano do ensino médio do Colégio Estadual Governador Roberto Santos, o projeto vai possibilitar um maior contato com o universo da ciência no cotidiano escolar. “Acho muito interessante este conteúdo, é algo muito mágico. Acredito que posso me interessar ainda mais pela pesquisa”, disse a aluna.