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Laboratórios compartilhados multiuso já atraíram R$ 23 milhões em financiamentos

FINEP aprovou mais R$7,1 milhões

Um modelo inovador de compartilhamento de laboratórios multiuso, que começou a funcionar na UFBA em 2011, já atraiu aproximadamente R$ 23 milhões em investimentos para a Universidade. Recentemente, a UFBA aprovou junto à Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC) uma nova parcela, de R$ 7,1 milhões, que será destinada à criação e modernização de laboratórios multidisciplinares de uso compartilhado destinados a apoiar pesquisas das áreas de física, química, geociências, matemática, biologia e ciências da saúde.

Coordenado pelo professor Antonio Ferreira, do Instituto de Física, o projeto aprovado (intitulado LIMCEBT – Laboratórios Integrados e Multifuncionais em Ciências Exatas, Biológicas e da Terra) viabilizará a implementação da terceira etapa do modelo de laboratório multiuso iniciado em 2011, com a inauguração do LAMUME (Laboratório Multi-Usuário de Microscopia Eletrônica), que se expandiu nos anos seguintes, com a criação dos LIMCETs (Laboratórios Integrados e Multifuncionais em Ciências Exatas e da Terra).

Equipamentos em operação no LAMUME

A grande novidade dos LIMCEBT em relação aos laboratórios de uso compartilhado já existentes será a incorporação de equipamentos capazes de atender às áreas de ciências biológicas e da saúde. Foram também solicitados equipamentos de grande e médio porte para análises físicas, químicas, biológicas e geocronológicas de materiais e amostras naturais e artificiais (veja detalhamento abaixo).

A ideia de franquear o uso de um mesmo laboratório a pesquisadores de diversas áreas segue a tendência atualmente em voga na produção do conhecimento científico, que aponta para a confluência entre as diversas áreas do saber. Favorece ainda a otimização de recursos em um cenário de escassez: ao invés de multiplicar pela Universidade laboratórios destinados a cumprir funções semelhantes, adota-se a lógica de concentrar investimentos na aquisição de equipamentos mais caros e de tecnologia mais avançada, capazes de atender com mais precisão a uma gama mais ampla de demandas de pesquisa.

Fruto da sinergia entre os institutos de Física, Química, Geociências e Matemática, aos quais se somam agora Biologia e Ciências da Saúde, os projetos de laboratórios de uso compartilhado da UFBA já atraíram cerca de R$ 23 milhões em financiamentos desde 2005, quando o primeiro financiamento, para o LAMUME, foi aprovado junto à Finep. “O sucesso do LAMUME nos ajudou a justificar outros financiamentos, inclusive esse de agora. Esse modelo é a ‘chave’ para [modernizar] a UFBA”, sintetiza Ferreira.

O professor explica que, na medida em que equipamentos mais avançados são adquiridos, cai também o custo do trabalho dos pesquisadores baianos e nordestinos, que passam ter a possibilidade a realizar localmente pesquisas que antes requeriam deslocamento para outras cidades dentro e fora do Brasil, com os correspondentes custos de estadia e pagamento por tempo de uso de laboratórios de outras instituições.

Uma quarta etapa de financiamentos prevê, no futuro, a integração de todos os laboratórios em um único centro multiespecialidades, projetando assim a UFBA como referência regional e nacional. “A ideia é ter uma verdadeira cloud measuring [nuvem de mensuração], em que o pesquisador, a partir do envio de uma única amostra, obtém toda uma gama de resultados de análises de propriedades físicas, químicas, geológicas e biológicas”, explica o diretor do Instituto de Física, Ricardo Miranda.

Estatísticas de utilização do LAMUME entre 2012 e 2015 mostram que foram atendidas 250 requisições para análise de 2.200 amostras, vindas de pesquisadores da UFBA (81%), UNEB (8%), UFRB (5%), além de outras instituições de ensino superior e do setor privado. Os maiores utilizadores vêm da área de Química (51%), seguidos pelos das Engenharias (27%), Geociências (9%), Biociências e Física (6% cada).

Saiba mais sobre os novos laboratórios:

Laboratório de Preparação de Análise de Amostras de Geociências (LAPAG): abrigará unidades integradas e multifuncionais aptas para análise aptas para a análise de materiais geológicos, de fluidos naturais, voltados para petrofísica, mineralogia, com obtenção de imagem de estruturas porosas e rugosas. Equipamento: Laser Ablation baseado em Laser UV de última geração.

Laboratórios Integrados e Multifuncionais em Física (LIMF): atuará na exploração de propriedades óticas e magnéticas de óxidos de novos materiais semicondutores, espectroscopia molecular e filmes finos, física atômica e molecular, física estatística e sistemas complexos, física de superfícies e materiais nanoestruturados [“nano” = 1 milionésimo de milímetro], oceanografia tropical, entre outros. Equipamento: laser pulsado de largura de pulso de nanossegundos com meio ativo tipo corante.

Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD): funcionará como uma rede de pesquisas em computação distribuída e de alto desempenho envolvendo, inicialmente, os seis institutos participantes do LIMCEBT, permitindo a colaboração com outros grupos de pesquisa e indústria.

Central de Microscopia e de Análises de Biomoléculas (CMAB): proverá um ambiente para captura de imagens para análise estrutural e funcional atendendo a demandas de setores acadêmicos distintos (biologia, bioquímica, biofísica, medicina, medicina veterinária, geociências, oceanografia) com amostras de ensaios in vitro ou in vivo, onde a Microscopia Confocal representa significativo método analítico, fornecendo imagens 3-D de sistemas orgânicos, permitindo o monitoramento das alterações morfológicas, histológicas, citológicas, citológicas e fisiológicas. Está previsto o uso do flash protein liquid chromatography, que permitirá a purificação de biomoléculas, incluindo proteínas, lipídeos e carboidratos e determinação de Peso Molecular.